sábado, 22 de março de 2014

PRODUÇÃO TEXTUAL - A "METÁFORA" DA BORBOLETA - METAMORFOSE POLIANTROPOZOOMÓRFICA-

  FOI ASSIM, E O QUE EU SENTI... EU SEI BEM DIZER.

ESCREVI ESSE TEXTO DIRIGIDO A UMA DETERMINADA SALA ANOS ATRÁS... ESPERO NÃO UTILIZÁ-LO NOVAMENTE.

Ontem cheguei a determinada sala e me deparei com a seguinte situação. Como de praxe, mais uma vez, entrei desanimada para de novo tentar cumprir minha obrigação de professora que sou, que é tentar diminuir a ignorância nessas cabecinhas. Mais uma vez... eles ganharam, melhor... pensando bem, eles, na verdade, per-de-ram e o que é pior, nem sequer têm a mínima consciência disso, aliás... eles nem sabem também o que é consciência. Perderam mais uma vez e mais uma chance de se tornarem menos ignorantes. Cada dia é mais difícil lidar com esse ser que se intitula aluno.
Voltando à determinada sala. Era dia de prova, marcada com antecedência, ou seja, sabido pela maioria desta. A sala não estava preparada para a prova: as carteiras não estavam em seus determinados lugares, os alunos também não... e, afirmo que o interesse era ZERO em fazer qualquer coisa para mudar aquela situação. Olhei e sentei indignada, mas... resignada. Eles realmente acreditam que aquele era o ambiente ideal para realizar uma prova. Pior, para a maioria, nem sequer parecia que alguém estava lá. O que me confortou naquele momento foi procurar e encontrar aquela meia dúzia de alunos que me querem bem, ali, mais pertinho, como quem protege e compreende o olhar da gente cheio de indignação e lágrimas... e pena.
É da minha natureza essa mistura “animal” do mais delicado ao mais bruto. Você vai já entender o porquê e aproveitando dessa metáfora resolvi soltar meu verbo. É que eu gosto de chegar rápido, leve e alegre como uma borboleta e de atrair e despertar olhares curiosos para a vida. Até chegar a ser como essa borboleta eu passei por uma metamorfose: já fui lagarta, já me alimentei de folhas... de cadernos, de livros como traça. Nos primeiros dias é tudo novidade nesse jardim. A borboleta disse a que veio. Conseguiu aparentemente cumprir, nesse dia, o seu intuito. Mas com o tempo, nesse mesmo meio ambiente começam a aparecer ervas daninhas, o joio ao redor do trigo, e é realmente necessário fazer essa separação, podar aqui e acolá. A minha intervenção desagrada. E eu só estava cumprindo com a minha obrigação de borboleta. Aqui entram as aranhas. Eram poucas no começo, mas esse tipo de aranha se multiplica rapidamente e adora exterminar borboletas. Para que morra uma borboleta basta que lhes impeça de voar. A borboleta tem que evoluir para um bicho maior se não quiser morrer.
Agora é a vez dos quadrúpedes. Aprendi que “em terra de sapo... de cócoras com eles”. Eles não gostaram da mudança. Eu... também não. Ora eu sou como um cão, no meu momento de cão não lato mais, eu mordo quando estou com raiva. Ora sou como um cavalo batizado, afinal tenho que falar a língua da maioria e acabo por dar coices também. Até para ser cavalo tem que se ter um cuidado danado. Vai que aparece um que queira montar.
A gente chega em sala e se depara com uma maioria de alunos desinteressados, descompromissados, desorientados, que nem sequer te notam, não te ouvem, não te obedecem, não têm a mínima noção de organização, de obrigação, de responsabilidade. Não tem a mínima noção de que é obrigação sim do professor exigir silêncio, bons modos, organização, disciplina, respeito. Não têm a mínima noção de que tudo o que um professor de verdade faz ou tenta fazer é para o bem deles. Não. Para eles, o professor é só mais um chato que vem atrapalhar seu “recreio” eterno (que pensam ser a vida deles) com um papo mais chato ainda que não serve para nada a não ser atrapalhar a sua vida.
E lá me vou hoje, mais uma vez. Já estou vendo, ouvindo e sen-tin-do: vou chegar em sala e encontrar alunos e carteiras no mais perfeito caos. E esses mesmos ainda ousam perguntar a causa do meu estresse, dos meus momentos de ignorância e angústia. O que você acha de se colocar no meu lugar...

COM DIREITO A TRILHA SONORA E TUDO!
 Me Adora
Pitty


Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
Um silêncio profundo e declarei
Só não desonre o meu nome

Você que nem me ouve até o fim
Injustamente julga por prazer
Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber

Perceba que não tem como saber
São só os seus palpites na sua mão
Sou mais do que o seu olho pode ver
Então não desonre o meu nome

Não importa se eu não sou o que você quer
Não é minha culpa a sua projeção
Aceito a apatia, se vier
Mas não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber

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