domingo, 23 de setembro de 2018

CORES - A NATUREZA DA COR E SUA AÇÃO PSÍQUICA, SIMBÓLICA E MÍSTICA



Cor, fenômeno físico da luz ou da visão, associado aos diferentes comprimentos de onda na zona visível do espectro eletromagnético. Como sensação experimentada pelos humanos e determinados animais, a percepção da cor é um processo neurofisiológico muito complexo.A luz visível é formada por vibrações eletromagnéticas cujos comprimentos de onda vão aproximadamente de 350 a 700 nanômetros. Quando as intensidades dessas vibrações são aproximadamente iguais para todos os comprimentos de onda, a luz aparece como branco ou cinza. A cor da luz com um único comprimento de onda ou uma banda estreita de comprimentos de onda é conhecida como cor ou tonalidade pura. A tonalidade e a saturação são as duas diferenças qualitativas entre as cores físicas. A diferença quantitativa é o brilho, quer dizer, a intensidade ou energia da luz. Pode-se reproduzir qualquer sensação de cor misturando-se aditivamente diversas quantidades de vermelho, azul e verde. Por isso, conhecem-se essas cores como cores aditivas primárias. Se misturam-se luzes dessas cores primárias com intensidades aproximadamente iguais, produz-se a sensação de luz branca.Os pigmentos que dão cor à maioria dos objetos absorvem determinados comprimentos de onda da luz branca e refletem ou transmitem as demais, que são as que produzem a sensação de cor. Não se conhece bem o mecanismo pelo qual as substâncias absorvem a luz. Aparentemente, o processo depende da estrutura molecular da substância.A cor também pode ser gerada por interferência. Algumas substâncias, quando iluminadas por luz de uma determinada tonalidade, absorvem-na e irradiam luz de outra tonalidade, cujo comprimento de onda é sempre maior. Esse fenômeno é chamado fluorescência ou fosforescência.

“Utilização mística e simbólica”


              Em todas as épocas, as sociedades organizadas sempre tiveram seus códigos completos ou certos elementos de uma simbologia das cores, atribuindo-lhes  frequentemente caráter mágico. A variedade de significados de cada cor, ao longo dos tempos, está intimamente ligada ao nível de desenvolvimento social e cultural das sociedades que os criam.
              Os diversos elementos da simbologia da cor, como em todos os códigos (visuais, gestuais, sonoros  ou verbais), resultam da adoção consciente de determinados valores representativos, designativos ou diferenciadores, emprestados aos sinais e símbolos que compõem tais sistemas ou códigos. Com efeito, o que dá qualidades e significado ao símbolo (sinais sonoros, verbais ou visuais) é sempre sua utilização. Por isto, a criação dos símbolos mais significantes e duráveis é, via de regra, ato coletivo de função social, para satisfazer certas necessidades de representação e comunicação:
O vermelho – lembra o fogo e o sangue, além de representar a força que o faz jorrar, o terror, ou a morte e, por sua reminiscência, o luto. Está relacionado com necessidades afetivas, afetos, e suas manifestações, das mais suaves às mais violentas, em direção à extroversiva.
O azul – expressa mais diretamente uma disposição introversiva das funções emocionais e intelectuais (racionalização ou sublimação e capacidade de intuição).
O amarelo – lembra o sol, o ouro e o fruto maduro, facilmente será identificado com a ideia de riqueza, abundância e poder. Corresponde aos anseios volitivos e à disposição afetiva e à iniciativa.
O laranja – é a vontade deliberada de agir e de fazer-se valer através da ação.
O verde – mostra o grau de adaptação ao ambiente, a capacidade de contato.
O violeta – corresponde à busca de equilíbrio entre o pensar e o sentir.
O branco – lembra a luz, portanto relaciona-se com a ideia, o pensamento, a segurança, a tranquilidade, a pureza e a paz.
O preto – lembra a noite, a escuridão, o perigo, a maldade, a insegurança e o aniquilamento.
Obs.: o preto, o branco e o cinza – parecem ligados mais diretamente ao inconsciente.
                            Como em todos os métodos de averiguação psicológica, esbarra-se aqui, também, com a contradição entre influências coletivas como expressões mais nítida das injunções sociais e as particularidades individuais. A opção exclusiva por apenas um dos elementos da contradição é que tem causado a ineficiência da maioria dos sistemas organizados para detectar o gosto estético, inclusive o gosto predominante por certas cores.
              Na formação das preferências sempre se encontra o efeito da ação física da cor sobre o organismo humano, condicionado pelas reminiscências do uso individual e social da cor.
              As preferências são influenciadas por variáveis individuais ainda não conhecidas inteiramente, e que não tem sentido a qualificação de beleza para uma cor. Qualquer uma poderá ser bela ou não, conforme o papel que desempenhe na dinâmica do fenômeno estético.
              O estudo da projeção da personalidade humana, através de sua preferência ou gosto por determinadas cores, poderá vir a ser de grande importância para o conhecimento de certas áreas da personalidade individual, desde que vencidas as barreiras de uma aplicação mecânica, de um método que deve ser antes de tudo instrumento de pesquisa, mas que, em mãos inexperientes, corre sempre o risco de transformar-se num simples código de etiquetagem dos “pacientes”.

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