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quinta-feira, 13 de março de 2014

UM POUCO DE POESIA NA/DA VIDA - ÁREAS, JANELAS E QUINTAIS...

 Mórbida ou Mórbida prece- um poema/poesia  que eu compus para participar de um certo concurso, mas não concorri. É o típico exemplo do que eu faço com as palavras soltas ou frases que encontro nos livros que leio. Uma espécie de colagem/montagem ou coisa parecida.


Harmonias da cor e do negrume,
Deixem-me aparecer no campo sem/da razão,
E eu em mim, dissimular o horror
Em horas depois de mim,
E a sós extraviar-me no livro de mágoas
E mais do que palavras... Ai,
Não sinto nada, não sei do fim.

Invoco a tristeza das folhas amarelas,
Testemunhas do que eu não sei ver
Nos olhos de queixa em cem palavras
Mas sem palavras para dizer
Hora eu, hora você.

E a cara vela em finais de resto
Salva a cor no sol de vitral
Numa sombra igual a mim.
Como ver e comover-me
Na memória suspensa
Em que tua figura desperta,
E a mente capta
Em ares de Áries e sonhos de éter,
Uma sombra a mais – vago ser.

Hamal Dahna- (pseudônimo)

Harmonias da cor e do perfumeuma versão (menos ampla/reduzida) de Mórbida/ Mórbida  prece
Deixa-me aparecer
No campo sem razão
Eu em mim dissimular
A dor em mim
Faz escuro – já nem tanto!
Minha alma infantil tem receio/quer recreio
Horas depois de mim
A sós/há sós/a só
Extraviar-se
No livro de mágoas
Mais do que palavras
Horas da dor
Um jardim de palavras
Pensando bem
Reticência interior
Adeus!
Lagrimas de ninguém
E nem voltei
Não sei de mim
Não sinto nada
Invoco até agora
A tristeza das folhas amarelas – amar a elas/amar a ela
Forma bizarra/de forma bizarra/na forma bizarra
Testemunha do que eu (não) sei dizer
Escureceu, e assim nos vemos melhor
Metáforas do vôo
Metáfora de vôo – liberdade é uma maldição
Ainda que mal entenda
Ainda que mal, entenda!
Se fosse só sentir saudade...
Mas tem sempre algo mais.
Um substantivo nada comum
Alquimia verbal
Tantálica...
Dolente...
Do céu de mim
Quem me alcança mora longe
Mais tempo, menos lugar
Vastas emoções – pensamentos imperfeitos
Olhos de queixa
Cem palavras
Sem palavras
Tempo Rei
Cara vela
Finais de resto
Salva dor
Sol de vitral
Sombra igual a mim
Pensamentos incompletos
Talvez...
Quando estou sozinha, sou mais EU
E EU COMIGO
Mais do que sombras...
Éramos irreais.
Sem olhos para chorar
De um mal sem dor
Comover-me
Saudades – se for
Sinos de vento
Uma razão para não ficarmos sós
Enfim, em nós
Sentir um mar

Encontro o sal do meu olhar

Incertamente – sei
Um coração maior
Lembranças e repúdios
Dias para dizer
Um verde extra vagante
Por mais que distante
Clave de fé
Toda/todo – no mais simples momento
Só – eu sei
Quando era tarde demais
Pra não voltar nunca mais
Anjos de melancolia
Se as noites chorassem...
EU -  ser brisa ou vendaval
No sétimo céu
De marfim
Cor de céu
Perverso
Profundo
alentador

Deste-me alturas de incenso

Onde o mar se faz abstrato
Não muito distante
Haja o que houver- os dias são a noite
E o primeira a chegar, não perde
Como a outra que vejo ao fundo
Meu bem é bem maior que todo oposto
A ver com o olho o belo da imperfeição
Caminhos de sombra e sol
Dias de simpleza

Em tempos idos e findos

Os anos já vividos
Não vivem senão em nós
Quase sinônimo de cravo
Noites de mil anos
Ponte entre distantes
Já vou com os meus
Sala de estar - vazio
Tarde da noite ou cedo demais
Entre este lado e você
Paisagem avessa do mar
Caminhos aéreos
Cravos de solidão...
Rosas de vento
A próxima ação
Do céu inferior
Do seu interior
Na atmosfera da memória
Memória suspensa
Nem tormenta, nem tormento
A tua figura desperta
A mente capta

Tenha sonhos de não se esquecer

Como via
Como ver?
Intimação
Pare um momento e continue
Quem deseja ser de/do céu
Mais além
Ares de áries
Sonho de éter
Há penas
apenas
um guarda dor
Uma janela e uma flor
Antes de mim
E desde sempre
Entre os cegos
A santa e o satan
Uma sombra a mais
Uma sobra a mais - vago ser.
(...)




Canção
da última
 viagem”          
Acho/creio que não gosto muito de viajar. Não tenho muito interesse em conhecer coisas novas, mas quando acontece e é válido/significativo pra mim... não tenho palavras.
Às vezes uma música se encaixa direitinho, na medida exata dessa tal ‘significação’.

 O ‘( S )
CORPO’ ( S ) #
Gosto desse jogo com palavras. Principalmente quando uma só podem significar/interpretar mil.

-          Vejo-te a voar nos ares
alegre as asas batendo
e o motivo não entendo
de tanto me lastimares
pois a não ser prisioneiro
ninguém a mim me persuade :
pela tua “liberdade”
não troco meu cativeiro .
Uma crítica àqueles que não amam como eu. Eu, quando amo, me torno prisioneira, por vontade. Pode até não ser ‘sadio’, mas é como ainda creio no amor.

# Comunal #
Pra mim é ser ‘grande’ sem ser ‘comum’.

“ed subito sera”
-          e de repente é noite
Adoro a sonoridade da língua italiana.

“ENTRE
    OS
CEGOS”
Um grande tema. Penso numa tela/pintura, ou uma bela história triste.

Waxing (crescimento da luz )Palavra sonora e representativa.
“dborboletras” – Gosto muito de borboletas. São lindas, esvoasantes... Tive a idéia de dar este nome à minha suposta editora.
        (...)

# A
tre
vid Azul #
Só por brincadeira. Misturar um pouco do francês e do Azul tão simbólico para mim,. embora não seja a minha cor preferida, mas é muito recorrente em (quase) tudo que me pertence.

“Sonho de ÉTER”
Adoro os SIMBOLISMOS

-DIÁRIO DE NATAL-
Os natais de hoje já não são como o da minha infância

Pensas que o mal não tem fim ?!
Um dia , podre , desaba.
Quem o faz ...
sofrendo paga
na mesma taça ruim.
Se se exibe triunfal
é mero ganho aparente
a derrota está latente
no bojo de qualquer mal
E seria aberração
tivesse o mal vida eterna
como o tem a luz paterna
potência da/de salvação
(...)
É o que é justo. Para mim. 

-          deve-me estranhar
o grafite em lugar da tinta ...
é por hábito/preferência. É bem mais fácil ter controle.

#Sentir em nós
-          enfim em nós uma razão para não ficarmos sós
e nesse abraço forte sentir o mar na nossa voz
chorar como quem sonha sempre navegar
nas velas rubras desse amor.
 Ao longe a barca louca perde o norte...
(...)
No teu olhar, espelho de água a vida a navegar
por entre o sonho e a mágoa sem um adeus sequer
e mansamente, talvez no mar...
eu feita espuma encontre o sal/sol do teu olhar
-          vogo ao que leva o meu amor
Ao longe a barca leva todo o pranto/
Ao longe a barca leve a todo pano
(...)
sentir um mar
a nossa voz
jurar como quem sonha sempre a juntar
as pedras rubras desse amor
(...)
Ao longe a barca louca pede um norte.
(...)
Trata-se de uma dupla ‘roupagem’. A música é belíssima. (Andrea Bocelli e Dulce Pontes: ‘O mare e tu - Sogno)

Jamais afirme o perverso :
-          eu sou o rei do universo
comando
domino tudo
com dinheiro , sobretudo
navios tanques foguetes
pois não passa de joguete
nas mãos horrendas do mal
(...)
* Sábias palavras

É +
      É MAIS
É MAIS ALÉM (...)

Minha solidão imensa

já não se expressa em palavras
É tal como a dor intensa
Que me faz.
* Só pela solidão

*SINAPSE
Representativa

Uma sensação estranha
me invade como fragrância
-          é a saudade tamanha
que sinto da minha infância.
* Um cheiro que me trouxe lembranças. (praça de Tauá)

* Um milagre na/da madrugada .
* Daria um filme. Uma história comovente                    
# O velho do Porto/da Ponte
Me lembra a imagem de Portugal

Há folhas mortas pelo chão
é certo !
E a saudade de muitos invernos
mas sempre fica no ar
um perfume
de antigas sensações
de outrora
e a menina de ontem
teima
em habitar na mulher adulta de agora .
* Outono... a mais linda estação do ano. Alguns ‘cheiros’ me afetam da melhor maneira possível   

Para ser grande
sê “inteiro”
* Eu gosto, embora ainda não saiba o por quê. É um enigma.

Nada teu exagere ou exclui
Sê todo em cada coisa
Põe quanto és no mínimo que fazes
Assim , em cada lago , a lua toda brilha
porque alto vive.
* Gosto dessa linguagem ao estilo bíblico, rebuscada.

Deixa que as minhas mãos risquem
os traços no teu caderno
* É poético.

Amarga é a aflição das horas
e desde então o sol derrama seu sangue
no findar do dia .
-          aurora do/de um novo dia ...
um novo mundo .
* É mágico.

“Se os homens também fizessem
a justiça como a lua
que joga raios ao mar
e à lama que está na rua ...”

“NA CLARIDADE
É QUE SE FAZ
A SOMBRA”

Eu viajei em silêncio
pelas entranhas de velhas bibliotecas 
sem bulir no sono das palavras
e silenciosamente
sempre sonhei brincar de poeta
para assombrar o mundo
com os meus olhos de pernas compridas
Mas/e o tempo passou ...
Quando abortei as primeiras palavras
bastardas de minha cabeça virgem
e toquei/envenenei os primeiros homens
e feri os primeiros monstros/deuses
com minha picada de querubim
Hoje eu penso-falo tudo
e o que eu penso-falo pesa tanto!
que não sustento o peso das palavras
na cabeça
e lanço tudo à/na pele da página .
* Foi mais ou menos assim que tudo aconteceu, começou

# Camena’s (MUSA’S)

Ouçam a longa história de meus males
e curem sua dor com a minha dor
que grandes mágoas podem curar mágoas

Se arde no peito esta chama
por que a escondo atrás de um corpo frio?
Se sei que nem lágrimas
conseguirão apagá-la
por que tenho de deixá-la
sumir com o tempo
E se seu brilho é tão lindo
por que não me entrego a esta chama
sempre que a sinto ?
Acredita !
Apesar do gelo de minhas mãos
sou capaz de te aquecer
Apesar do fogo de meu coração
Sou capaz de te esquecer

*NIILISMO :

Não creio em nada
Não luto por nada
Não espero nada
-          vivo num eterno presente .(só)
Será?!(...)

* Quem deseja ser do céu
não vacila frente ao mar
pula o cerco
visa o cais
corre em busca do mais
Não se cansa

Não retrai

Não no instante em que cai .
Quem precisa Ter nas mãos
o direito de escolher
sente o vento
livra o olhar
deixa o amor derivar
Não balança
Não se trai
segue a trilha que vai
bem no instante em que cai .  

“scrivimi
e se non avrai da dire niente di particolare
non ti devi preoccupare – io saprò capire!


A mi basta di saperi che mi pensi anche um minuto , perchè io so accontentarmi
anche di um semplice saluto – ci vuolo poco , per sentirsi più vicini .”

# NEM MELHOR
NEM PIOR
SÓ DIFERENTE #

ser diferente , às vezes , significa rejeição por parte daqueles que se imaginam iguais
Ai das criaturas que mudam o tempo todo
e assim estão sempre ficando diferentes
até mesmo de si mesmas/delas mesmas
Ai das criaturas que mesmo permanecendo iguais , o tempo todo , também são diferentes , únicas , exclusivas ... ímpares . – uma só .

Garotinha Ruiva
* Gosto muito do Charlie Brawn. Sou uma ‘garotinha’ ruiva.

O INFERNO SÃO OS OUTROS


A língua exprime
O estilo sublinha

COMO-VIA
MAR’S ( de MARTE)

MAR

         ÉS

             MORTO’S
* Os ‘mares’ de minha vida: Mário e Ribamar.

 Girassol de Saudade
* Para Um girassol na janela...

*Levar
Ravel
- Lindo nome.

SIMULAR-DIS-SIMULAR

# SÓ-
       BRIO
É-
       BRIO #

DO CÉU
INFERIOR
- pra não dizer inferno

Mentira

Oficial

NIMBO’S
IN- ON
LIMBO’S

Se eu disser : deixa pra depois
Não foi sempre assim ?!
- bem ao meu estilo

#O Livro
Perdido 

Further !
D +

Não é a verdade que persuade o homem
Mas quem a diz .


*Idioma
Branco

Uma existência de papel.

Allness ( auto-suficiente)

#Dilúvio de palavras
Deserto de idéias

COMO VENCER-ME

PARA-
-Frases

-ENSAIO DE CONTAS+

Labirinto de páginas
Versos Brancos
Se
não
talvez


pretty
Blue

... e tudo é mistério
e sal .
- prefiro sal à açúcar.

Sim...
Não...
Talvez...
* Tenho uma teoria. Minha.

#Fogo
Fátuo


- Tenha sonhos
de não se esquecer.

No labirinto
de outra história

tudo aconteceu
e eu nem me lembro

A mente-capta

Um instante
Por nós dois.

Longe daqui
e
Tarde demais

*A flor da Melancolia

Um véu de sombra

NEFELIN’S

“POR DETRÁS DO QUE CHAMAMOS ERRO
ESTÁ SUBJACENTE UMA LÓGICA”

SALVA-
               DOR
Nem tormento
Nem tormenta

Finais de Resto

Na atmosfera da memória
-          MEMÓRIA SUSPENSA-

‘SEM-PAR’

SEMONE’S ( do céu inferior)

MEGA-TON’S

CARA-VELA

*A-PRÓXIMA
                      - AÇÃO

Os outros
são os outros
e só.

MAR-MORTO


Um céu manchado de vermelho #

Cor- ação

Contos TURBO-LENTOS

Auto-psic-analise

AUTOPSICANÁLISE

TRANSCRITO


Dis-posta

-          Informar-É :

Piano’s


“a palavra é metade de quem a pronuncia e metade de quem a escuta”.

Por que/porque meu coração dis-para.
Na cinza das horas
... não importa que ela fique no céu
para que todos possam olhá-la
e perseguí-la.
-          Assim são os sonhos.
Muitos não são realizados,
Mas perseguidos a vida toda.

MADREDEUS





O homem é a mais elevada das criaturas
É o cérebro.
O cérebro fabrica luz
A luz fecunda
O homem é forte pela razão
A razão convence
O homem é capaz de todos os heroísmos
O heroísmo enobrece
O homem é um código
O código corrige
O homem é um templo
Ante o templo nos descobrimos
O homem pensa
Pensar é ter no crânio uma larva
O homem é um oceano
O oceano tem a pérola que adorna
O homem é a águia que voa
Voar é dominar o espaço
-          enfim, o homem está colocado onde termina a terra.

A mulher é o mais sublime dos ideais
A mulher é o coração
O coração (fabrica) o amor
O amor ressuscita
A mulher é invencível pelas lágrimas
As lágrimas comovem
A mulher (é capaz) de todos os martírios
O martírio sublima
A mulher é um evangelho
O evangelho aperfeiçoa
A mulher é um sacrário
Ante o sacrário nos ajoelhamos
A mulher sonha
Sonhar é ter na fronte uma auréola
A mulher é um lago
O lago (tem) a poesia que deslumbra
A mulher (é) o rouxinol que canta
Cantar é conquistar a alma
-          a mulher (está colocada) onde começa o céu.
(...)
... por amor ao belo...
*Não há regra que não se possa violar.



FAL(L)  
      ANGE(L)

                     ‘S



FALANGE
        X
LEGIÃO

Demo’s

“Um girassol
na janela”

“Eu quero pensar quietamente, calmamente, espaçosamente,
Sem nunca ser interrompida,
Sem nunca Ter de levantar
de minha cadeira
Deslizar facilmente de uma coisa
para outra, sem nenhum senso de hostilidade(?) ou obstáculo.
Eu quero mergulhar cada vez mais fundo
Da/na superfície
com os fatos complicados
e separados .”
(...)
Meu primeiro nome

SALA DE ESTAR ( )

Já vou

Com os meus

“Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas:
SILÊNCIO e SOLIDÃO.”
Essa sempre foi a ÁREA mágica
de minha vida .
Área mágica
de invenções caleidoscópicas
de vários mundos. #

NOITES DE MIL ANOS


.E. F. Í. G. I. E. * representação plástica da imagem de uma pessoa
real ou imaginária
Quase Sinônimo
-          de Cravo

-          PONTE-ENTRE-DISTANTES –

Eles não vivem
-Senão em nós

ÉTER – espaço celeste

Líquido incolor

Volátil
Inflamável
Cheiro próprio
...

OFF COURSE – fora da rota / do curso

Por
Acaso

Sindrome

DOWN’S

Encarnação Involuntária

* Em toda vida :
nunca me esforcei por ganhar
nem me espantei por perder.

#Não tenho inveja às cigarras:
Também vou morrer de cantar.

Silencio e Solidão:
O destino sempre me quis (SÓ)


Deus
Fez meus pés apontando a direção
da caminhada
mas isso não me impede de voltar atrás
e refazer
-          melhor e mais seguro
qualquer dos meus caminhos
já pisados .



quem tem seis asas e voa com duas
sempre voa e canta.
Quem tem duas asas e quer voar
com as seis cansará logo
e cairá.

Não almeja o que ultrapassa
a tua realidade

Se o homem pudesse realizar
a metade de seus desejos
dobraria o número
de seus problemas.

*Eu escrevo
Apenas
Tem que Ter por que ?

·                     qualquer covarde pode entrar na luta quando está seguro de que vencerá porém, qual o valente que enfrentará o combate tendo a certeza de que será derrotado ?

-          SONDAGEM PSICOLÓGICA-

Depois que descobri em mim mesma como é que se pensa

nunca mais pude acreditar
no pensamento alheio.

*Pensar em Deus é desobedecê-lo.

O sol nasce pra todos
Mas a sombra é pra quem merece.

O que é escrito sem esforço
É geralmente lido sem prazer.

Uma palavra posta fora do lugar
Estraga o pensamento mais bonito.

“Clarões de Poesia”


Subi a escada
De papelão
Imaginada
-          invocação
Não leva a nada
-          não leva, não
É só uma escada de papelão.

Há outra entrada
Do Paraíso
Mais apertada
-          mais sim senhor

Foi inventada
Por um anão
E está guardada
Por um dragão

Eu só conheço
Esse caminho do Paraíso.
(...)
Querem me obrigar
 a ser do jeito que eles são
-          mas eu não sou, nem quero ser
igual a quem me diz
que sendo igual eu posso ser feliz...
-          esses Humanos!

“Fundo de Verdade”

Foi por te ver andando
Reto entre tudo que há
De incerto em mim .

Per-
       Verso

Cor-
        Cel

Mar-
        Fim 
   

PHADA’S




O olhar
Contemplai o falcão que prepara
Com olhos de fogo – tranqüilo
O vôo violento que cruze
Como uma centelha
A sombra.

Calliandra

When spider wels unite
They can tie the up a lion.

De um dia
Para o outro.

-SININHOS DE VENTO-
(Sininhos de Vento)

-          gostei desde antes de nascer
de escutar os sinos.
E assim me criei solitária
Cantando para quem?
-          para ninguém... alguém (?)
mas eu não cresci para ouvidos humanos.

“O cadáver da rosa”

Coisas pequenas são
Coisas pequenas
São tudo o que eu te quero dar
E estas palavras são
Coisas pequenas
Que dizem que eu te quero amar
Amar, amar, amar
Só vale a pena
Se tu quiseres confirmar
Que um grande amor não é
Coisa pequena
Que nada é maior que amar

E a hora que esperei a vida inteira
De certo já bateu à minha porta
E a hora que esperei a vida toda
É agora.
Agora.


E a hora que te espreita é derradeira
De certo já bateu à tua porta

É esta. 

Orquídeas
ao sol (do meio-dia)

Fantasmas de palavras
O fantasma das palavras

Outro dia eu tive um sonho
E nos sonhos muitos anos haviam passado
No tempo.
No sonho eu buscava rever um lugar
A casa onde nasci
Mas a casa, o lugar já não existia
Fui então à parte mais alta que havia
A procurar um outro lugar
Uma outra casa que havia
À beira da serra
E também não existia

Procurei o rio
Constatei que não existe mais
Então fui à velha estrada
-          me senti perdida.
Porque as curvas do velho caminho
Tinham se tornado retas e novas
E pareciam sem fim
E não dar em lugar algum – nenhum.

Mas de repente
Eu encontrei a velha e gigantesca árvore
Meu pé de laranja-lima
Sobre a rocha desgastada
Parecia tão menor agora
Espremida entre duas estradas asfaltadas
Mais escura e mais triste
Mas ela estava lá – ainda estava lá
A árvore onde por mil vezes – não sei

Caminhei por sobre seus enormes galhos

Ou deitei-me sob eles
         em sua imensa sombra
quer dia, quer noite, madrugada...
adentro ...tarde
Ela estava lá – ainda!
E a sua realidade, a sua presença
Me dava a felicidade de um sonho
Por mais que distante
Então eu pude respirar aliviada.
Por alguns momentos
Eu cheguei a pensar que
Eu sequer tivesse existido.
-          Ah! Se eu soubesse
que as coisas iriam desaparecer – assim
Tão facilmente
eu teria dedicado mais tempo
em me lembrar delas .

“Ho capito che ti amo
Quando ho visto che bastava
 un tuo ritardo
per sentir svanire in me l’indifferenza
per temere che tu non venissi più.”

PACE E SERENITÀ

Sulo sulo me ne vaco
Senza manco’nu pensiero
Pe’’sti strade furastiere
Quanno impruvvisamente...
’na musica se sente
... ched’è sta musica ?
pecchè me porta luntano
... addó num posso cchiu turná ?
Pecchè me sceta na pena ?
Ca io credevo ’ e me scurda ?
Pecchè ’ sta voglia ’e chiagnere me vene ?
(...)

-Mórbida Elegância-

(A) Flor Perigosa


 Ah! Quem trêmula e pálida medita
No teu perfil de áspide triste, triste
Não sabe em quanto abismo essa infinita
Tristeza amarga singular consiste
Tens todo o encanto de uma flor
         o encanto
secreto de uma flor de vago aroma
Mas não sei que de morno e de quebranto
Vem lasso e langue dessa negra coma
És das origens mais desconhecidas
De uma longínqua e nebulosa infância
A visão das visões indefinidas
De atra/astra sinistra mórbida elegância
Quem teu aroma de mulher aspira
Fica entre ânsias de túmulo fechado
Sente vertigens de vulcão – delira
E morre sutilmente envenenado
Teu olhar de fulgências e de trevas
Onde as volúpias a pecar se ajustam
Guarda num/um mistério que envilece
- e eleva
causa delíquios e emoções que assustam.

És flor                                                   

Mas como flor és perigosa
Do mais sombrio e tétrico perigo

Fenômenos fatais de luz ansiosa

Vão pelas noites segredar contigo

Vão segredar que és feia
E que és estranha
Sendo feia, mas sendo extravagante
De enorme
De esquisita
De tamanha influência
De eclipse –radiante
Mas sendo assim
Morbidamente feia
O teu ser torna-se virtude.
(...)

Tu que já leste todos os meus versos
E conheces bem o meu ser
Sabes que tenho em mim
Grandes vales escuros
Onde um rio/vulto negro em doida fúria
Me envolve e me transborda
Numa tempestade/erupção intérmina
Num fogo assim –esta que eu sou
(...)




Deixe as janelas abertas –deixo
Para que a chuva entre –densa
Com seu frio e seu cheiro
-          também quero sentir tudo verde.

Dias
Para dizer:

Como é longo o caminho da/de volta

- Em erupção

#Catarsi’s

-Ainda podemos ver borboletas
(tão solitárias e em silêncio)

“O desconhecido inspira a alma
E amplia os limites da imaginação”
*O preto na luz
é mais claro que
o branco na sombra

#Da cor
à cor
inexistente
A palavra mágica

*Uma história geral

SAUDADES – SE FOR.

PROTEGER: Os bons dos maus.

Ela é uma borboleta

Pequenina e feiticeira
Anda no meio da noite
Procurando quem lhe queira

Minha camisa foi manchada de vermelho
Tem um beijo desbotado
de batom ou de carmim
E a feiticeira tem a boca encarnada
Tem um beijo e uma dentada
Sempre guardados pra mim


Eu procuro a borboleta
Feiticeira descarada
Pelo batom na camisa
Pela marca da dentada


Flor de ir embora
É uma flor que se alimenta
Do que a gente chora
Rompe a terra decidida
A flor do meu desejo
Vou correr o mundo afora

Flor de sentimento
Amadurecendo aos poucos
A minha partida
Quando a flor abrir inteira
Amor da minha vida
Esperei o tempo certo

- e lá vou eu
flor de ir embora
eu vou
Agora esse mundo é meu.
-SEM PALAVRAS

Já que é pra esquecer

É melhor sumir
-          se eu conseguir

Já que vai doer
É melhor (nem) chorar
-          se eu me encontrar outra vez

Por tudo
Que é mais cruel
Eu vou jurar
Vou tentar dormir
Sem pensar em você.

*Orbi et Carmen
Se ninguém me pergunta
-          eu sei
Se quero explicá-lo
-          (eu) não sei.
*Silêncio e solidão te esperam

O que torna belo o Deserto
É que ele esconde um poço
em algum lugar.

Pra que criar a dor
Se quando estamos juntos
Temos sonhos, força e amor ?

DE UM MAL
SEM DOR

“Se algum dia te curvares
Que não seja de humilhação
Seja para erguer nos ares
Alguém que está no chão”

Sem olhos
Para chorar

Tendências Opostas
O melhor elogio
É aquele que vem de nós mesmos
Diante do espelho

A Tulipa
Campo de Tulipas
Uma Tulipa
O campo de Tulipas
Tulipa’s
Num campo de tulipas
As Tulipas
No campo das Tulipas
(...)
O Trigo
Campo de Trigo
Trigal
O campo de Trigo
Os campos de trigo
Num campo de Trigo
No campo do Trigo
(...)

Se algum de nós
Avistássemos o que seríamos
Com o tempo
Choraríamos de mútua pena
E susto imenso.

#Tua carta deve abrir-me a tua alma
Não a tua Biblioteca.

O Pensamento:
Expresso pela fala
Transmitido pela audição
Gravado pela escrita
Interpretado pela leitura

Pensamentos incompletos.

Só quem conhece a escuridão
Sabe o valor da luz (?)

Eu sempre amei o deserto
Não se vê nada
Não se ouve nada
E no entanto:
Alguma coisa irradia

...E quanto mais me for a dor intensa
mais cresce na minha alma teu encanto.

*Do meu - nada

- Minha alma sabe mais

Que me saiba perder
Pra me encontrar.

Vitral ao sol
Vitral de sol
Sol de vitral
À sombra rendilhada dos vitrais


Gosto da noite triste – preta
Como esta estranha e doida borboleta
Que eu sinto sempre a voltejar em mim.

LIVRO SEM PALAVRAS


Vã miragem

Finais de resto

AND SO ON


Cara – Vela

A sombra de minha alma
Foge por um ocaso de alfabetos
-          névoa de livros e de palavras.



O homem solitário:
Ou é uma besta
Ou é um deus.

CEM PALAVRAS         

SEM PALAVRAS
Muitos sonhos morrem
Em poucas palavras.
*Roubar idéias de um autor
Pode até ser plágio
Mas roubar de muitos
É pura pesquisa.

Diga-me com quem andas
E te direi se irei contigo.

O outro livro

Palavras:
Entre nós e as palavras.

Quem parte sem rumo

E segue sem destino
Não chega a lugar algum.

Respostas curtas

A pessoas de horizontes estreitos.

 ESTRELA DE 5 PONTAS

MAL-DITAS
- Palavras mal ditas

Vastas emoções
Pensamentos imperfeitos
Mais tempo
Menos lugar
Sem mais
- eu fico onde estou
prefiro continuar
distante.

SE-MI-PLÁGIO


O século da noite
Uma noite longa
Pra uma vida - curta
Dentro da noite –veloz

...quando tem o seu cheiro
dentro de um livro.

ALQUIMIA VERBAL

Histórias em tempo real

Um substantivo nada comum

Lágrimas de ninguém

RETICÊNCIA INTERIOR...




Se fosse
só sentir saudade
mas tem sempre
algo mais.
Pensando bem:

Longas cartas
Pra ninguém.

Um jardim de palavras

O jardim das palavras

A palavra não é um cristal transparente

e imutável
A palavra é a pele de um pensamento vivo
e pode variar grandemente
em cor e conteúdo
de acordo com as circunstâncias
e o momento em que é usada.
As palavras
podem ferir mais que punhais
E o tom
mais que as palavras.
(...)
Talvez uma sensibilidade (maior) ao frio
Desejo de voltar mais cedo ...
... mais tarde para casa
Certa demora em abrir as portas , as janelas
as cortinas , os braços , os olhos, os ouvidos e a boca
Talvez certo olhar , mais sério , mais ardente
que pousa nas coisas e elas compreendem
ou pelo menos supões que sim
São fiéis – as coisas às coisas
(...)
De novo aqui – mínimo território, sem sonhos
Sem sonhos ...
como pressentindo que um dia se esvaziem
Se esvaziam os quartos ,
se limpam as paredes ..
.
-          A família é pois uma arrumação
uma desarrumação
de móveis
soma de linhas
volumes
superfícies
e são portas , chaves , pratos
camas , embrulhos (esquecidos)
um corredor e o espaço entre todas as coisas
-          tudo e a parede onde se deposita certa porção de silêncio
traças e poeira
que de longe em longe se remove – e insiste...
... e insiste

INTIMAÇÃO


... Certamente faltam muitas explicações
seria difícil compreender
mesmo ao cabo de longo tempo
porque um gesto se abriu
e outro se frustrou
-          tantos esboçados
Como seria impossível guardar todas as vozes
todas as vozes ouvidas na casa

-          PARE UM MOMENTO
-   CONTINUE.

Descubra em seu movimento
Forças não sabidas contatos

Tenho saudade de mim mesma (mesmo)
saudade sob forma- aparência de remorso
de tanto que fui,
a sós,
 a esmo
e de minha alta ausência em meu redor
Tenho horror
tenho medo
e tenho muitos outros sentimentos violentos
O meu amor é triste
Como é vário
E sendo vário é um só.


ÍNTIMA-
-AÇÃO






Eu quero compor um soneto
como poeta algum ousara escrever
eu quero pintar um soneto – escuro
seco
abafado
difícil de ler

Quero que meu soneto – no futuro
não desperte em ninguém nenhum prazer
e que no seu maligno ar imaturo
ao mesmo tempo saiba ser – não dar.

Esse meu verbo antipático e impuro
há de pungir
há de fazer sofrer
Ninguém o lembrará
-          tiro no muro
claro enigma (que)
se deixa surpreender

Amar o perdido
deixa confundido este coração
Mas as coisas findas
muito mais que lindas
essas ficarão .


Volto o meu olhar para dentro de mim
e acendo as luzes
Preciso me descobrir, me conhecer, me revelar

Descobrindo-me aprendo a minha natureza
Procuro os meus sentidos,
experimento sensações...

Conhecendo-me realizo a minha natureza
Solto as amarras da imaginação
Crio o novo dentro de mim

Revelando-me mostro minha natureza espontânea
Livre me solto no mundo
e me exponho a seus olhares

Assim sou eu
Em busca da própria essência.
(...)

LONGA JORNADA

Que começa e acaba em mim.

O FUTURO É:
Um mistério sempre.




Ainda pequena
com cara de tola e sem pensar
escolhi a minha
e me fui
-          as crianças têm radar
sabedoria de mestre
algo que vem do além
-          é faro
-          sei lá
(...)

Fez gente no céu e no chão
-          arrumou tocador
letra
alegria
grandes pintores
fez galeria...

Escolheu anjo de carne e de barro
-          começou tudo de novo !

“Um pouco de exagero não é nada demais
-          é mais além”

“Um olho nas estrelas
o outro olho aqui”

... mas o ódio cega
e você não percebe
-          era assim que as coisas aconteciam
-          era assim que eu via tudo acontecer.



Leve-me a um lugar onde a passagem
se pareça àquela das visões da mente
Que seja verde – claro
Que seja longa e leve a minha viagem.

Leva-me sem ódio e sem amor
Leva-me e deixa-me só
-          que eu encontre afinal a minha certeza.

Se eu disser que vi...
deverias crer
E se não for verdade...
Em nada mudará o universo

Se eu disser que o desejo é eternidade
Porque o instante arde interminável
-          deverias crer !
E se não for verdade...
Tantos o disseram... que talvez possa ser !
Se te pareço noturna e imperfeita
olha-me de novo!
Porque esta noite olhei-me a mim
como se tu me olhasses
E era como se a terra, a água, o ar e o fogo desejasse.

Cometa
de
Papel

Amado e senhor meu :
perguntei a mim mesma
o que te faz aos meus olhos desejado
e aquele anjo que é o meu, desassombrado
andrógeno e ausente emudeceu
Será a luz da tua casa o encantado ?
Ou tens encanto maior aos olhos meus ?
E aquele anjo que é o meu,
mudo e alado...
prudente como um anjo adormeceu
Será a mulher a quem te tem guardado ?
Em vigia constante como a um deus ?
Que faz com que te sinta mais amado ?
(...)

Confesso-o :
Sinto saudade(s)
Sequer de andar ao teu lado
( tu sempre apressado e meigo
e eu... sempre meio atrasada )
Mas de te ver / ver-te andar na rua
para mim meu santo leigo...
a sombra de uma cidade ficou presa à tua.
(...)

(...) Aqueles que são sábios reconhecem que
“diferentes” têm concepções diferentes das coisas
e sendo assim
os “senhores” não ficarão ofendidos
ao saber que
a vossa idéia de educação não é a minha.
(...)

“Líquidos
e
sais”


* Cástelo
  
... da longa ausência .

MEMÓRIA CORPORAL


A  casa de Salina.

Era uma vez um reino
que tinha três passarinhos
O primeiro queria ser doutor
 o segundo senador
e o terceiro ...
queria era que o deixassem em paz.
(...)

Se a tristeza que carrego
quando te encontro se esvai
isso é amor
Se os dramas que imagino
tua carícia destrói
isso é ciúme
Se as mentiras que me pregas
desatinos me sugerem
isso é paixão.
Mas se amor, ciúme, ou paixão
já não despertas em mim
-          isso é o fim.
(...)

Só não veio o esquecimento
e eu fiquei contando estrelas
fitando nuvens
calando lágrimas - prendendo
que muitas e muitas vezes me sufocam
- desesperadamente aflita
(...)

ALGO SEM TEMPO


Os dias idos
hoje recordados
uns sublimados
outros mal vividos
todos sofridos
bons ou malsinados
uns bem lembrados
outros “fomentados” .
*

Adoração:
Dentro desta paixão em que me exalto e inflamo,
de joelhos, a render-te as graças do meu culto,
desprezo a glória vã e o fingido reclamo,
para, longe de tudo, adorar o teu vulto.
(...)

UMA SOMBRA

A CONTAR CERTA HISTÓRIA
ONOMATOTHERIA
(A PALAVRA)

RE-
-FEITO

“Quando dar um passo para trás

significa ir em frente”

SAL

do

TEMPO


Do outro lado da rua
passa mais lento
o tempo cá

ESTESIA#


Traiçoeira (é) a memória que refaz
nas almas as paisagens abolidas
(...)

Não deixeis sem ternura o olhar
-          a paisagem sou eu
Quando vires a teu lado
uma paisagem qualquer
bem vazia e sem sentido
deita os olhos com ternura  
pois esta coisa perdida sou eu
perdida no tempo
(...)


FLOR-
-IDA

O pranto que a gente chora

ninguém sabe aonde vai
mesmo porque não tem hora
para a lágrima que cai
#Penúltima palavra

A influência dos céus em nós atua
só depois de se ter impresso no ar
também é lei de amor que a alma não flua
em alma sem os campos traspassar.
Nosso êxtase – dizemos: nos dá nexo
e nos mostra do amor o objeto/objetivo
Vemos agora que (não) nos foi o sexo
-          vemos que não soubemos o motivo.
(...)

Aura amara
... e eu sofro a sorte:
dizer louvor em verso
só por aquela que
me lançou do alto
abaixo – em dor
Má dama que me doma
(...)

Pudesse te/se esquecer
mas quem se/te esquece ?
Saudade faz lembrar
Ai de quem ama !
O teu olhar – tão lindo !
é uma prece
E o teu sorriso
é uma flama.
Os chifres que ninguém quer
e Satã na cabeça trás
são provas de que a mulher
engana até Satanás
(...)

Tu foste os meus momentos de alegria
de paz , de amor e de contentamento
Foste o conforto do meu sofrimento
e as horas mais felizes dos meus dias
Foste tudo : o perfume e as energias
às minhas mágoas dando o esquecimento
às minhas mãos completamente frias.

Amava o vento
... voava
E pelas grades da janela
vinha e voltava
NOITES CUMPRIDAS
- A SINA

“Não se deixa para hoje
o que tem que ser agora”
Quando eu morrer
- também.

EN
  - SINA

Talvez eu sofra de uma espécie nova
De loucura mansa que acomete assim...

QUALQUER DOR


QUALQUER TEMPO


...lembro da casa imensa
cheia de livros.

...queria era morrer
no corpo daquela mulher
Dançar nu no corpo da minha amada
- sua pele nua me fascina

Beijar-lhe o sexo com fervor satânico
lembrando “outra”- toda nua num calendário, revista
Escalar seu corpo convulso
e cavalgar-lhe de bruços
- ela me tendo na boca
e me engolindo lenta e hábil

Morder-lhe o seio,
Ser/ser ágil
e tenso fio
país da morte repentina
teu rosto claro de prazer
- túmida...







Sempre haverá coisas que não sei
não saberei explicar...

Anunciando coisa de outro mundo
a bradar palavras muito estranhas
que me comovem e que me assustam

Aprendo a não me interessar pelas pessoas
por suas vidinhas insossas que evito
Ah! Esse nojo brutal pelos destinos do homem
- existirá algo além do que quero descobrir
penso descobrir em cada um (?)
Algo que valha a pena descobrir
além do corpo

#A dimensão exata de cada gesto

Por vezes torno-me muito exigente
permaneço olhando tudo o que se passa
indiferente (- como um boi que pasta )
(de) uma vida totalmente desperdiçada

(mas) as palavras proferidas
madrugada adentro já viajam no vento
- e nem me lembro
Invento histórias fantásticas
que a nada levam
senão ao desespero do ser.


Calma aparente
- sua calma aparente
(e) a verdade transparece
tão sábia e inútil


No pálio/pálido instante
em que a memória é treva
eu me recordo de mim como nunca ousei
- não me reconheço
- vago ser.

UMA SOMBRA A MAIS


A coisa que mais me mete medo é a vida
A vida e suas traições inesperadas
Queria mesmo era permanecer entocada
em minhas frágeis fantasias.
(...)

 NÃO SE DISSOLVA DE DESEJO

Ah! Tanto julguei saber de amor
e menos que supus
-          sei , pois amar/amor não me fez ter
esse/essa a que nunca farei jus
A mim de mim e a si também
De mim e de tudo o que desejo
tomou e só deixou querer
-          maior e um coração sobejo.
Eu renunciei a me reger
desde o dia em que os olhos pus
no olhar vi transparecer
no belo espelho em que reluz
-          espelho , pois que ti vi bem
Morri na luz do teu reflexo
como perdido de se ver

Quem disse que estas (as) palavras eram tuas
- são minhas
também
- são nossas !
Ouviu ?

Da vida vivida
em longo medo

Medo brusco e áspero
-          vontade de gritar agora.
 
EM ABSTRATO







Tantos “se “ – para bem e para mal ...  
Se os caminhos da terra
não nos dessem somente desenganos
Se os motivos de tédio
que nos sobram fossem outros – motivos de alegria
Se a vida toda
não se resumisse nessa luta sem fim e nessa espera
de um bem que cada vez que o desejamos
mais longe fica e mais inatingível
Se a saudade tal qual o tempo passasse brevemente ...
- mas não1
Afeto ...
De onde veio ?
Se tudo que sonhamos realizássemos
como se um gênio bom nos atendesse
- eu pediria a Deus que te esquecesse 
porque eu não creio na felicidade
e o meu desejo de vida se resume nesse desejo de tranqüilidade.
(...)
Solário

Um bom começo

Definição

...eu quero a cada dia do ano novo descobrir motivos
 para te amar mais
Quero aprender a te conhecer
para te compreender mais
para te respeitar mais ainda
Quero te ouvir mais
e te sentir mais perto de mim
A sinceridade dos teus atos
e a verdade de tuas palavras
sempre aprofundarão mais
o grande amor que te dedico
Eu quero multiplicar tudo o que tens de bom
e “esquecer” teus defeitos
Quero te sorrir sempre
te atirar flores
te ajudar a arrancar espinhos
Quero estar contigo em todos os momentos de sorrisos
e de prantos
 Quero ser tua sombra
 e tua outra metade
Quero estar dentro de ti
no teu coração
na tua mente
na tua vida
Quero nunca me afastar de ti.
 Quero que me compreendas
e não me desprezes
me corrijas
e não me agridas
que me ajudes
e não multiplique meus erros
Quero te pedir que me perdoes
o que fiz de errado
-          não foi por querer
foi por te amar demais
Quero apoio
diálogo franco e sincero
para que possa te dar muito amor
muita felicidade
muita paz
muita tranqüilidade
e sobretudo
muita segurança
-          é importante
saber o valor do que temos
para conservá-lo ileso
Nós temos o amor
Nós nos queremos bem.
(...)
-          você é presença que me conforta
e não interessa aos outros a vida que vamos viver.
(...)









... eu vi você chorar
as lágrimas (que) você prendia
Mas eu as via escorregar
de seu rosto lentamente pingar
-          nos meus braços eu apertava você
Tamanha emoção
me inundou o coração
Eu vi chorar de saudade
de amor
e um pouco de paixão
-          pude crer no amor naquele instante
e pude crer em você
(...)

Celeste...é assim, divina, que te chamas.
Belo nome tu tens, Dona Celeste...
Que outro terias entre as humanas damas,
tu que embora na terra do céu vieste?

Celeste...e como tu és do céu não amas:
Forma imortal que o espírito reveste
de luz, não temes sol, ,porque és luar, sendo celeste.

Incoercível como a melancolia,
andas em tudo: o sol no poente vasto
pede-te a mágoa do findar do dia.

E a lua, em meio ã noite constelada,
pede-te o luar indefinido e casto
da tua palidez de hóstia sagrada.
(...)

O amor é mesmo um dom inestimável
ou talvez seja um sonho indestrutível
não há mal que seja reparável
não há bem que não seja irresistível
(...)

Cada pessoa tem a sua música
cada história de amor é sempre única
cada história de amor é sempre mágica
cada história de amor é sempre mística
(...)

Se é hora de esperar
não mais espero
se a hora já passou
espero tudo
se é hora de calar
eu (me) desespero
se é hora de falar
pareço mudo
se é hora de ganhar
paro no zero
se é hora de sorrir
estou sisuda
se é hora de chorar
canto dançando
se é hora de descer...
(...)

“Terceira dor”
(...)

...e podem até saber dos meus sonhos,
mas neles...não sabem entrar.
(...)

Como de costume
(...)

Quisemos o eu e o tu para nós
e assim era tudo
- eternamente simples
 até que o ódio entrou pela janela.
(...)

“Céu de papel”
(...)

“Só os pássaros”
(..)

“IT’S A RUSSIAN ROULET
-          YOR LIFE’S SO DANGER”
(...)
Melodia
Natural
(...)

para:
Os viajantes do céu
(...)

“PROSA EM POESIA
POESIA EM PROSA”
(...)

“Cantos de uma vida inteira”
(...)

“Limites azuis”
(...)

-1001 respostas-
(...)

-Indiscutível-
(...)
“Casas de pedra”
(...)

#
menina só,
mas de sorte
há muitos anos atrás
brincava com as formigas no fundo de seus quintais.

Moça tão encabulada
Brinquedos já não quer mais na janela é namorada
Contra a vontade dos pais

Hoje uma mulher formada
Nada ela não quer demais
-          menina triste e carente...
ou
-          menina alegre e contente
dorme deitada na área...
(...)

ASSOMBRO
A SOMBRA
À SOMBRA
(...)

Uma lembrança de viagem
(...)

O terceiro mundo
(...)

“...as brigas que ganhei...
nenhum troféu como lembrança
pra casa eu levei.
(...)
...as brigas que perdi...
essas sim, eu nunca esqueci...”
(...)

A sombra para sempre refletida
-          pouco importa que esteja o corpo ausente.
(...)

A casa
-          debruço-me de fora
onde havia a janela
nuvem ou casa extinta ?
já estou como eu era.
(...)

“casas de pedra”

... e você não percebe

“minhas poesias não são senão
os elementos de uma grande confissão.

Abraço:
laço de atrito e calor
que completa os vazios
apagando marcas
deixadas pelo amargo da vida
(...)

Uma janela e uma flor
Não sei por que falo e escrevo assim
gosto mais do passado e tenho em mim
algo talvez parente da tristeza
(...)
Conta-me alguma coisa
diz enfim/em fim
a história dos meus dias de simpleza
foge um pouco do barulho
que essa coisa assim é sempre ruim
(...)
Quero ver-te falando de saudade e sem vaidade
Quero sentir-me/sentar-me à sombra das mangueiras em campos idos
Quero ver-me nos anos já vividos e sem medos, modos, modas estranhas/estrangeiras.
(...)

Tenho tanto, tão pouco para contar
Não sei...
Não sei...
Não sei...
Tudo que sei são coisas de mim mesmo
-          longe do conto e perto do sentimento.
(...)

(Não) importa que ignores o meu riso
... de onde vim
... por onde andei
... o que me ensinaram e eu quis aprender
... o que posso ensinar
-          só a mim (não) importa que ignores.
(...)

Tardes de inverno/outono
elas são longas como o meu pensamento
Retraída, lânguida
sento-me junto à janela nestas tardes
e silenciosamente
entro na melancólica música da chuva/dos ventos.
(...)

Quando me fitas, tímida e medrosa
teus olhos falam, meu olhar traduz
dessa/essa linguagem tão... rara
as doces frases desse céu de luz
(...)
Eu, quando digo/ouço teu nome
eu sinto não sei o que
alguma coisa de “fome”
de saudade de você
(...)
Preciso dizer alguma coisa precisa
porque há muita certeza na minha dúvida
preciso de muitas voltas no mesmo ponto
para dizer coisas diferentes das mesmas coisas
Preciso das palavras atrás das cisas
daquelas que não sabem bem o que dizem
para dizer bem o que são...
(...)

“MINHA SOLIDÃO É QUALQUER COISA LIVRE
-          LIVRE POR ESCOLHA À FIDELIDADE A MIM MESMO”.
(...)

Os/meus sonhos...
dançam nos cadernos
e pulam as janelas
são feitos de azul da tarde da tarde/do dia
que corre lá fora
e do verde que acena nos jardins
caindo como a noite
(...)

Ao leste das montanhas da nação S...
Um índio na motocicleta cruza o deserto
Ao longe o cemitério onde dorme o pai
Mas ele sabe que seu pai não está aqui
(...)
Na linha que separa o mar do céu de chumbo
A gaivota caça um/o peixe radioativo
O náufrago retém a última miragem
E morre como se continuasse vivo.
(...)
Um pouco de exagero não é nada demais
Um olho nas estrelas o outro olho aqui
O astrônomo lunático brincando com o sol
Descobre que a distância não é mais/é bem mais que um cálculo
(...)


Um homem sobre areia como era no início
Roçando duas/suas pedras uma em cada mão
Descobre a fagulha que incendeia o paraíso  
Imaginou que havia inventado (um) Deus.
(...)

- Buscar outros planetas
... adianta buscar outros planetas?
- Não seria repetir inutilmente a aventura do pequeno príncipe,      
que de planeta em planeta, foi acumulando decepções
perante a insensatez de seus habitantes.
(...)

Acróstico

Campos de trigo
Espaços vazios – mas repletos
Luzes apagadas
Espaços em branco
Sombras de verdade
Tantas lembranças
Eras em terra
(...)

Rezo... peço... imploro...
ao criador da natureza
coisas essenciais
para a continuação da vida:
uma cabeça sã
um coração maior
(...)

A realidade é:
Um nunca terminar
Um eterno devir
Um fluir incessante
de coisas que se repetem.
(...)

“DIZEM QUE AS PESSOAS COMO EU
MORREM RIDICULARMENTE
E SOZINHAS.”
Dos longos caminhos dantes
só ficaram 7 palmos.
(...)

Sentir em nós
uma razão para não ficarmos sós
e nesse abraço forte sentir o mar
na nossa voz – chorar como quem sonha e
sempre navegar nas velas rubras desse amor...
-          Ao longe a barca louca perde o norte
(...)
no teu olhar, um espelho de água
e a vida a navegar por entre o sonho e a mágoa
sem um adeus sequer
e mansamente – talvez no mar eu feito a espuma encontre o sal do teu olhar
Vogo ao que leva o meu amor
-          Ao longe a barca nua à todo o pano
(...)
Enfim em nós
uma razão para não ficarmos sós
e nesse abraço forte sentir um mar
na nossa voz – jurar como quem sonha e
sempre a juntar as pedras rubras desse amor...
-          Ao longe a barca louca pede um norte
(...)
O teu olhar espera um já
e vivo/convida a navegar por entre o sonho e a mágoa
nem um adeus sequer – talvez o mar e eu feito espuma encontre o sol do teu olhar
vaga é o que leva o meu amor
-          Ao longe a barca leva todo pranto.
(...)

... solitária cantas
Ouço o teu canto de alegria
nesta tarde de abril
igual a outras tantas
tardes que passaram na floresta
(...)

‘SEJA O TEMPO QUAL FOR
É SEMPRE NOVO
NAS MÁRGENS LIVRES
E ENTRE OS DUROS CAIS’
(...)

MAS EU NEM SEI DE QUE FORMA MESMO
-          VOCÊ FOI EMBORA ...
(...)

POR UMA MARIA DO CÉU
NO INFERNO FUI COLOCADO

FOI DONA MARIA DOS ANJOS
QUE DE ANJO NÃO TEM NADA
TINHA DEMÔNIO NO CORPO
EM NOITE MALASSOMBRADA
(...)

Em toda vida
nunca me esforcei por ganhar
nem me espantei por perder
(...)
Na grande pedra (tumular)
escreverão teu nome
e lá do alto a grande ave negra há de sorrir
porque (é) inútil – será
guardarem de ti
qualquer lembrança
(...)

URGÊNCIA PARA ESQUECER

... TAMBÉM ACHO QUE CONSIGO SER FELIZ
PORQUE SEMPRE ME PROPONHO METAS ATINGÍVEIS,
O QUE NÃO QUER DIZER QUE EU NÃO TENHA QUE LUTAR
PARA CHEGAR ATÉ ELAS
(...)

... O DIA MORRE
QUANDO NASCE A NOITE
E ASSIM VIVO ESCREVENDO
PARA ALGUÉM LER
-          MAS SÓ ESCREVO O QUE SINTO
NÃO MINTO.
(...)
‘ESCOLHA SEUS AMIGOS
COMO SE ELES TIVESSEM QUE
SER UM DIA SEUS INIMIGOS’
(...)

DEPOIS QUE DESCOBRI EM MIM MESMA
COMO É QUE SE PENSA...
NUNCA MAIS PUDE ACREDITAR – COMPLETAMENTE,
NO PENSAMENTO DOS OUTROS
(...)
“... fitávamos as nuvens do espaço
Que imensas! Que bonitas e que estranhas!
e ficávamos horas a pensar
se seriam castelos ou montanhas.” 
(...)

Folhas – de rosa

Todas as prendas que me deste um dia
guardei-as meu encanto quase a medo
e quando a noite espreita o pôr do sol
eu vou falar com elas em segredo...
e falo-lhes d’amores e de ilusões
choro e rio com elas mansamente
pouco a pouco o perfume do outrora
flutua em volta delas docemente
(...)
mas de todas as prendas a mais rara
aquela que mais fala a fantasia
são as folhas daquela rosa branca
que aos meus pés desfolhaste aquele dia.
(...)

“... tanto ódio e tanto amor
na minha alma contenho
mas o ódio ainda é maior
que o doido amor que eu tenho”
(...)
... ah! Mistério o do rápido caminho
entre o átimo de ler e ao recriar
com o pensamento em fuga de agonia
... ah! Quem há que não teve num momento
das dores e as alegrias a do porfiar
o sabor sempre vário da poesia ...
(...)
...vejo cenas sonoras de outra idade
visões sonâmbulas no espaço gris
em suaves sons/tons um cântico soturno
(...)

...todos os gênios da mais pura essência
ouvem-te em contrição sentimental
- Há no ambiente da sala a transcendência
dos fluidos santos de uma Catedral.

POEMA DAS ESTAÇÕES
Primavera: do céu vinha branda harmonia
orvalhada de luz para o jardim tristonho
e ela tão leve e esguia
como um beijo de luar na inquietude de um ramo
murmurou-me entre um poema esfumado de sonho:
-          eu te amo...
Verão: guirlandas de ouro a faiscar na paisagem
cantos flavos do sol num romance de anseios
agitam a folhagem
e amplo mundo de amor dentro em minha alma estua
disse-me hoje a tremer com leve arfar de seios:
-          sou tua...
Outono: sobem sons nevoentos para o céu
meus sonhos lá se vão – pobres folhas fanadas
arrastadas ao léu
mansa a tarde se apaga em acordes de um hino
chora na cinza...além... que cai pelas estradas
-          um sino
Inverno: a chuva canta em cadências brumais
Sobre os velhos jardins que adormecem com frio
Entre sombras irreais... e a efêmera visão
Nesta hora indefinida, talvez, lá longe encontre
Um destino sombrio... é a vida!
(...)

... a tarde morre sob a chuva sonolenta
roda um perfume bom pelo ar que se arrepia
é o perfume que vem da paisagem cinzenta
e que enche de lirismo a alma da tarde fria
(...)

...outono – que noite fria!
Movem-se as árvores todas/tortas
Um rumor de folhas mortas
Que a alma da gente arrepia.
(...)

-FOLHAS PERDIDAS-

... o importante é que a beleza
mesmo vinda da tristeza
que é de onde sempre me vem
realimente a palavra
liberte-a de qualquer trava
pois a palavra é alguém
... eu (não) quero que ninguém me veja
na realidade de que mesmo sou
eu (não) quero mostrar minha alma
deixa-me ficar no que sempre estou
... quero ser assim misteriosa
alegre – para outros feliz
... quero ser sorriso para os amigos
... quero esconder o que nunca fiz
eu (não) quero partir sem me conhecerem
quero deixar uma dúvida atroz
(...)

FELIZES OS QUE SABEM CHORAR....
_ HÁ MUITOS QUE JAMAIS CHORARAM
(...)

Mistério de amor

Um mistério que eu trago dentro de mim
ajuda-me minh’alma a descobrir...
é um mistério de sonho – e de luar
que ora me faz chorar, ora sorri!

Vivemos tanto tempo tão amigos
e sem que o teu olhar puro toldasse
a pureza do meu e sem que um beijo
as nossas bocas rubras desfolhasse!

 Mas um dia, uma tarde houve um fulgor
Um olhar que brilhou e mansamente
Ai, dize ó meu encanto, meu amor
Porque foi que somente nessa tarde
Nos olhamos assim tão docemente
Num grande olhar d’amor e de saudade?
(...)

A canção da Rosa Chá

Meu verso se faz
de memórias e vultos
que não mais retornarão do tempo interior
em diáfano e longo corredor
em leve paz chegando sem rumor
proclamação das trevas nas trevas
luz de espanto
tens a seiva dos sons
e o odor dos dias
e o engano das palavras
A rosa adormecida em minha mão
a branca voz das nuvens a tocar o chão
o ritmo
um ritmo de corpos no clarão
a náusea
uma náusea de viver
uma dor
a dor de Ter
e há sempre um pouco de desgosto
a caminho
e caminha no tema do poema
há penas – apenas
(...)
O olhar de Rosa com medo
o enredo
os mausoléus
os céus
beleza morta detrás/depois da porta
imagem torta debruçada sobre si
e há vozes sepultadas
cadáveres nas águas
nos vazos rosas-chá
palavras sem sentido
calada se sentindo
mentindo pra si mesma
- mentindo pra mim
(...)
E o mar do meu poema se faz
de muitos rios
de sentimentos das coisas que perdemos
o sagrado e o profano percebemos
nas janelas do sono em claro-escuro
- inventei a tarde tarde demais
e o meu verso...
o verso é a rosa... para a Rosa
posta sobre o muro
que sangra de beleza se a colhemos
e dói em mim.
(...)
Hei de tentá-lo sempre
nascida da tristeza dos momentos
e o mesmo sendo antigo e novidade
essa folha de outono que há em mim
alada e soberana
a rosa posta sobre o velho muro
a lenda esquecida – inesquecível
a sensação de ausência e de jamais
eterno voltar nada encontrar
largo pensamento: a nobre arquitetura
portas de cemitério
a doce flor na tarde – olhos de jade
e tudo some – é sem limite
a minha dor me fere e dilacera
meu claro amor te busca e te venera
(...)
Que bem antes de ser já é canção
E eu te sentia fluida e pequenina
- a rosa derradeira
e o tempo deu-te túnica sem cor
quando frias palavras prisioneiras
me chegam de repente sem calor
pressinto ser o outono um guarda-dor
amores nunca mais – o tempo é breve!
eu guardei recordações
e no sonho caminho clara e leve
onde quer que eu te encontre
eu me ilumino.
(...)
Tu chegas de repente e me iluminas
eu me ilumino
a maldição sagrada é colhê-las
queria saber como apareço em teus pensamentos
(...)
Um grito estrangulado
colham o trigo do trigal/nos trigais
queimem o incenso junto aos portais
limpem todos os lugares
ponham luzes, velas nos caminhos
toquem... toquem ao luar
com o tempo cresce a solidão.
(...)

“... por mais que isso me doa
não quero viver a vida
que vive qualquer pessoa.”


Se Deus lançou em tudo
esse imortal resíduo
deixou ao homem o céu
escancarado e nu
Se existe um gênio mau
dentro em cada indivíduo
-          ó torpe humanidade. O satanás és tu
Adoração
Dentro desta paixão
Em que me exalto e inflamo
De joelhos a render-te as graças do meu culto
Desprezo à glória vã e o fingido reclamo
Para, longe de tudo, adorar teu vulto
(...)

Vejo-te a voar nos ares
Alegre, as asas batendo
E o motivo não entendo
De tanto me lastimares
Pois a não ser prisioneiro
Ninguém a mim me persuade:
Pela tua liberdade
Não troco o meu cativeiro
(...)

Sonho de éter
Se eu tivesse morrido
Quando quis no calendário
-          talvez fizessem mil juízos
mas como amava esses mistérios
que balançavam na sua cabeça
o beijo fatal... o abraço sincero
eu descansaria
não por causa do cansaço
ou por faltas de/do amor
que tive tanto!...
(...)

Recebeu a missão de ficar comigo
e eu pergunto: do que valeram beijos?
Agora não são mais o que tinham valido
As palavras, os gestos
As lembranças que vejo
Como releitura dos versos
Que já tinha lido
Mas não abres tuas trancas
Seus medos, mas fantasias
Escondendo esse meu/teu corpo
Em minhas palavras francas.

Mãos nuas paradas
Num silêncio de espanto
Mãos no início caladas
Em seguida em movimento/o movimento
Quase desgovernada
Num caminhar agitado
Mãos de amor e carinho
-          meu ninho.

Colagem
Veja se já terminou o mês
Se já chegou o dia 13
Nessa foto parecemos crianças
Ilusão se resume
Em tudo o que existe
O resto: esperanças – grandes esperanças
Mas na televisão...
As oliveiras não são verdes
Meu coração num pingente – LUPA
Te gostou/gastou da companhia
Não acredite no espelho de grafite

Essa realidade
Aí é nossa inimiga
Esse sol forte – suor
Esse assento duro, dormência – nem sinto
Bicadas/picadas de formigas no pico
Naquele piquenique
De sanduíches e café
Foi apenas os momentos

E quando te levam embora...
Esse vento que te puxa a roupa
Os cabelos – talvez seja eu
Não traga pra casa vagas lembranças
Mas no peito
Onde dorme um escaravelho
(...)

estudando folha a folha
mais saber se verifica
pois quem adiante não olha
atrás decerto se fica

aquele que prefere as aventuras
do deslize que à vida destina
jamais escapa ao surto de amarguras
em forma da chamada triste sina

o bem e o mal podemos construir
as quedas, as subidas... desenganos!
Pertence o livre arbítrio ao ser humano
E através deste, a escolha do porvir

Por que não preparar benditos lumes
Para nos proteger dos vis negrumes
De noites de doidas desventuras?!
Expressa o nosso agir condução séria
Que pode conduzir-nos à miséria
Eu às grandezas de reais venturas.

Decerto a estupidez, sem refletir
Sinistramente trai, rouba e seduz
Pois prefere o negrume a ter a luz
Indiferente à imagem do porvir

NA DIMENSÃO DO QUARTO
ME NEGO E RECONHEÇO
E ALIMENTO NO CONFLITO DA DOR
O FANTASMA DA MORTE
RODANDO ENTRE OS MEUS DEDOS

Minha solidão imensa
Já não se expressa com/em palavras
É tal como a dor intensa
Que me faz...

Nestes sombrios recantos
Nestes saudosos retiros
Desliza um rio de prantos
E corre um ar de respiros/suspiros
Tenho na alma dois moinhos
Um é de água, outro é de vento
Ambos juntos e vizinhos
Estão sempre em movimento
E giros tantos e tantos
E tantos e tantos giros
Dão ao primeiro meus prantos
E ao segundo os meus suspiros
Há no meu peito uma porta
A bater constantemente
Dentro a esperança faz morta
E o coração faz doente
Em toda parte onde eu ando
Ouço este ruído infindo
São as tristezas entrando
E as alegrias saindo
  Não me faças raiva, meu amor!
Estou triste, o dia está ruim
Deixa-me, amanhã estarei alegre
Será um outro dia, amanhã!
(...)

O intelecto humano é forçado a escolher
Entre a perfeição da vida e da obra
E se escolhe a Segunda...
Sujeita-se a viver sem a paz de um “solar”
Na escuridão que sobra.
(...)

Eu viajei em silêncio
Pelas entranhas de velhas bibliotecas
Sem bulir no sono das palavras
E silenciosamente
Sempre sonhei brinca de poeta/escritora
Para assombrar o mundo
Com os meus olhos de pernas compridas
Mas o tempo pintou de vermelho
As pétalas da minha paz
Quando abortei as primeiras palavras
Bastardas de minha garganta/cabeça virgem
E toquei/feri/envenenei os primeiros homens/monstros/deuses
Com a minha picada de querubim.
(...)
Poema do desejo

Diante do teu corpo
Eu me derramo em espanto
E lúcido me encanto
Em vastos devaneios
Com o halo dos teus seios
Eu te venero e canto
E ergo para ti
Meu corpo em oferenda
Deixa então
Que eu te cavalgue o dorso
Que eu te liberte o gozo
Com a hóstia do meu falo
Deixa que a mansidão invada
Os poros do teu corpo
E recomponha a lúcida exasperação
Então pra ti serei
O cavaleiro andante
O companheiro amante
O sol iluminando o quarto em espavento
Serei então
O teu melhor momento
E tu serás pra mim o sentimento
E a luz que invade o espaço da emoção.
(...)
Ouçam a longa história de meus males
E curem sua dor com minha dor
Que grandes mágoas podem curar mágoas
(...)

Eu sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
(...)

Quem nasceu como eu
Com os pés no regato
E cresceu flor do mato
Em beira de estrada
Olhando a paisagem
De quem vai de viagem
Pra qualquer lugar
Quem nasceu como eu...
Com os olhos postos numa estrela
Querendo entender o além
O instante (o amigo do lado)
Querendo entender
Quem nasceu como eu...
Não vive essa vida, mas outra
Surgida de sonhos
De versos ouvidos
De histórias criadas/contadas
Ao pé da fogueira acendida
Num centro de alma vazia
E viver ao relento
Exposto à sombra
E ao vento
Que sopra de noite e de dia
E apaga
A fogueira que ardia
(...)




Você que transforma cada minuto num dia
Cada segundo numa eternidade
O prazer em doce agonia
O abraço em persistente maldade
Você que envenena a minha boca
Suspirando desperta
Um pouco mulher
Um pouco louca
Morde, beija e aperta
Gemendo atravessa a madrugada
Maliciosa, agitada
Como amante apaixonada
Num orgasmo eterno
Atinge o céu e o inferno
Mulher... menina
Minha musa
Fascinante e divina
Encarnação da beleza, do charme
E da magia feminina
Amor e vida num só caminho
Percurso mais próximo da felicidade.
(...)

Leve-me daqui – breve!
Eu não sei aonde ir
P’ruma ilha lá no Japão
Longe, lá no céu
Dentro de um avião

Beije-me até sarar – forte!
Só sei que quero desmanchar
O nó que fica na garganta
O amor que fere também agiganta

Leve – eu quero me sentir
Nas águas do Oceano Atlântico
No seco do deserto te abraçar romântico

Love-me, quer namorar – corre
Zombar de mim pra eu me entregar
Língua quente – lava de vulcão
Escorre pela boca
E me tira do chão.

Eu quis fugir – baby daqui
Botar o pé na estrada
É tão difícil pra mim
Entender as coisas do coração
O amor pode ser bom, sim
Eu não sei...
Eu não sei, não!...

Assim é ela: retrato obscuro
...passos...
...braços...
tempestuosos e incertos/serenos e certos – gestos
e as mínimas vidas contritas
sabe-se que há uma espécie de ninho em redor deles
-          pensa que há (?)
que lhes retira o peso e governa
governa seu destino e os demais
-          assim é ela
Entre pássaros e flores
É preciso aprender suas mãos
Inclinam-se, giram, passam
Pertencem a outros enredos – a outro
Tem/têm ofícios longe da terra
Perguntam-me por ela
Tão triste responder!
Ela chega, toca-me deixa-me
Eu nem posso olhar para ela – do meu jeito
Doce e amargo é pensá-la
E estar à sua disposição, tacitamente
Ela vai sempre na frente
Sozinha. Com um silêncio de bússola
E deusa – não diz o que quero ouvir.
Choro, porque ela está por estar
Assim entre nós
E comigo – sem mim
Sua presença animando
E enganando minha forma
Não me deixando ver até onde sou ela – a outra/o outro
E desde onde é a outra/o outro que a acompanha
Sabendo-a e sem a saber

Vede a cor de seus olhos
Como desmaia, desaparece
Límpida e liberta
Por firmes ou oscilantes horizontes
Sei quando ela fala,
Que é diferente de todos
E, mesmo quando se parece comigo,
Fico sem saber se sou eu.
E quando não diz nada – menos ainda – sofro
Perguntando o que a detém – o que ela tem
Por lugares que apenas sinto
E não posso ajudar a amar
Nem a sofrer
Porque parece...
Não sofre, nem ama
E é pura, ausente e próxima
-          assim é ela....
Quem poderá dizer alguma coisa certa a seu respeito?
Todos sabem pouco/um pouco/ muito pouco!
Ela mesma pararia
Ouvindo-se descrever, atônita
Seu rosto inviolável é como o das estrelas
Quando os homens explicam:
Aquela é Hamal...
Aquela é Zúben...
Aquela... (?)
E como as estrelas
A levo e me leva – incomunicável
Suspensa na vida
Sem glória... só uma linda melancolia
(...)


...bem feminino é o proceder
dessa que me roubou a paz
não quer o que deve querer
e tudo o que não deve faz
má sorte enfim me sobrevem
fiz como um louco numa ponte
só porque quis mais “horizonte”
piedade já não pode haver
no universo para os mortais
se aquela que a deveria Ter
não tem
Quem a terá ? – jamais
Ah! Como acreditar que alguém
de olhar tão doce e clara fronte
deixe que eu morra sem saber/beber
água de amor na sua fonte
já que ela não me quer valer
e não se (co) move com meus ais
e nem sequer lhe dá prazer
que a ame, não lhe direi mais
parto e abandono todo o bem
matou-me e, morto, lhe respondo:
-          me vou, pois, ela não me quer
a amargo exílio – não sei onde
(...) 
Calo o meu verso e o meu viver.
(...)

Passas...
E essa beleza estonteadora
Perturba, atrai, deslumbra, enleia, prende
E a minha alma, aos teus pés, um culto rende
Ao teu encanto triunfal: SENHOR... SENHORA!
E sonha e goza e, ébria de amor, ascende
Elevada e feliz, na embriagadora essência morna
Ondeante, enervadora,
Que do seu corpo “jáspeo”se desprende
E como sou feliz nesses momentos
Esquecido das mágoas, dos tormentos
De mim próprio esquecido – a contemplar-te
E se acaso te afastas, eu te sigo
Vives em mim – eu trago-te comigo
Nas vigílias, no sonho/no sono – em toda parte
Em toda parte.
(...)

Voltas de novo! E o mesmo fel de outrora
Que em teu lábio senti, dás-me a provar
Com o mesmo riso, com o teu mesmo olhar,
Reabrindo a chaga que ainda sangue chora.
(...)

Desejei ver-te – vim. E sinto agora,
Que amo, de novo, a quem não sabe amar!
E o coração dorido há de sangrar
De novo, à antiga dor, hora por hora
(...)
Vem despertar-me as chamas dos desejos
Com teus olhares úmidos de prantos
Com tua boca trêmula de beijos
(...)
Sei que no mal me fiz em teu querer
Mas me rendo, vencido, ao teu encanto,
À tortura de amor e de sofrer
(...)

Entre torres
Vejo a lua flutuar
Vejo o ar bater nas pedras
Na cidade onde eu sonhei e chorei
Foi-se a noite
Que eu sonhei no estrangeiro
Estilhaços de recordação
De onde eu nunca voltarei
A cidade é uma...
Se não falha o meu repente:
-          eu vou só
Vou pra cidade das lendas
Sonhos de pedra e cristal
Estradas de folhas e fendas
Cenas de sol no vitral
-          torres de pedra e cristal
São olhares na janela/sem janela.
(...)

Linda montanha a vida – na subida
É tudo sonho e luz, é tudo aurora
Depois o sonho passa, não demora
E a dor nos acompanha na descida
Mas não se foge ao sonho, que minora
Um pouco as aflições da alma dorida
Todos sofremos nesta humana lida
De minuto a minuto, de hora em hora
Uns sofrem menos, outros mais, segundo
O bem que praticaram neste mundo
Ou ainda o mal que poderás causar
Sobe. Porém, cuidado na descida,
O mal nunca se encontra na subida,
mas, lá do alto, infeliz de quem rolar
(...)

“COMO ALGAS
BOIAM MEUS SONHOS
DESFEITOS”
(...)

Eu queria só
Deixar de tanto arder
Ou de Ter de me conter
Talvez fosse melhor
A cada vez de tanto
Desejo enjaulado
Ir às vias, de fato,
Desatrelando a besta-fera
De que sou possesso e a que me domo
(...)

“A ESFINGE É DE CRISTAL
E SEUS ENIGMAS
FORAM ESCRITOS NA ÁGUA”

O meu olhar é nítido como um girassol
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás
E o que vejo a cada momento (?)
É aquilo que nunca antes eu tinha visto
E eu sei dar por isso muito bem
(...)
Saudade, sombra arredia
Lembrança que não passou
Do que se perdeu um dia
E nunca mais encontrou
Mas hoje vejo que vivi sonhando
Um grande bem, enfim, não existia,
Porque, se mais te via, mais eu via
Tua alma da minha alma se afastando
Eu que nasci sentimental e poeta
Eu te sentia humana entre os meus braços
Como as demais, efêmera e incompleta
Mas que loucura! Mas, que ledo engano!
Vendo-te imaterial pelos espaços,
Sinto-me triste, mas muito mais humano!
(...)

Quiseste me ferir a todo custo

As catedrais
Como vos amo ver, ó catedrais sozinhas,
A recortar, o azul das noites consteladas...
Erguidas... místicas de/dos dias e
Ó grandes catedrais!
Amo ver, pombas alvoroçadas
Em vão olhais o céu
Flores de renda e de luz
De incenso e aromas cheias,
Aves celestiais, banhadas da manhã
Monges dos desertos
Em vão... sobre os livros abertos
(...)

“A SENHORA MELANCOLIA”

EU PEDI: ...
Força
Deus me deu dificuldades para me fazer forte
Sabedoria
Deus me deu problemas para resolver
Prosperidade
Deus me deu cérebro e músculos para trabalhar
Coragem
Deus me deu perigo para superar
Amor
Deus me deu pessoas com problemas para ajudar
Favores
Deus me deu oportunidades
-          eu não recebi nada do que pedi
mas eu recebi tudo (de) que precisava
(...)

Invade-me com tua boca abrasadora
Indaga-me se queres
Indago-te se me queres
Com teus/meus olhos noturnos
Amor. Quantos caminhos
Até chegar a um beijo
Que solidão errante
Até tua companhia
E aquela vez
Foi nunca e sempre:
Vamos alí onde não espera nada
E achamos tudo o que está esperando
Talvez tu não saibas,
Que quando antes de amar-te
Me esqueci
Meu coração ficou recordando tua boca
Até que compreendi que havia encontrado
Amor, meu território de beijos e vulcões
Tenho fome de tua boca
De tua voz, de teu pelo
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
Tuas margens,
E o fogo genital transformado.
Te amo como se amam certas coisas obscuras
Secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo sem saber como,
Nem quando, nem onde,
Te amo diariamente...
Assim te amo porque não sei amar
De outra forma/maneira
Senão assim deste modo...
(...)

Quem contar um sonho que sonhou
Não conta tudo o que encontrou
Contar um sonho é proibido
Eu sonhei um sonho com amor
E uma janela, e uma flor
Uma fonte da água e o meu amigo
E não havia mais nada
Só nós, a luz e mais nada
Ali morou o amor
Amor...
Amor que trago em segredo
Num sonho que não vou contar
E cada dia é mais sentido
Amor...
Eu tenho amor bem escondido
Num sonho que não sei contar
E guardarei sempre comigo
(...)

Subi a escada
De papelão
Imaginada... invocação
Não leva a nada
Não leva, não
É só uma escada de papelão
Há outra entrada no paraíso
Mais apertada
Mais, sim senhor
Foi inventada
Por um anão
E está guardada
Por um dragão
Eu só conheço
Esse caminho
Do paraíso
(...)

Quem me conta o amanhã
Amanhã... amanhã
Só vou saber amanhã
Uns vão à vontade e outros, não
Ouçam o que diz esta canção
Quem virá ser o meu par?
Alguém quer adivinhar ?
Tenho uma só pergunta pra fazer
Uma só pergunta pra fazer
Amanhã... amanhã
Quem será que vai me acompanhar
Quando o fim da estrada enfim chegar
(...)

à margem
estarei
estarei bem sobre as águas
muito bem!
À margem
Também
Serei... serei sobre as águas
Sabe bem
Margens bravas... vagas
Margens claras...vagas
Ausente
Não sou – diferente
Eu ando às margens da corrente
E o tempo que voa – à toa, eu ando
Nas margens da corrente
(...)

As figuras vêm de longe, velozmente,
Mas numa velocidade suave,
Silenciosa e feliz.
Alguma coisa em nós deseja a solidão,
A companhia da própria sombra,
Apenas, para assim nos emocionar-mos.
Mas alguma coisa nos atrai para o convívio e o colóquio,
Pois assim nos alegramos com a multidão festiva que se reúne
E desdobra numa infinita coreografia, toda cintilante e entusiástica...
(...)

Minha querida cidade,
Que te aconteceu, que já não te reconheço?
Procuro-te em todas as extensões
E  não te encontro.
Para ver-te, preciso alcançar os espelhos da memória.
Da saudade.
E então
Sinto que deixaste de ser,
Que estás perdida.
Ah! Cidade querida,
Edificada entre água e montanha,
Com tuas matas ainda repletas de pássaros;
Com teus bairros cercados de jardins e pianos;
Com tuas casas sobrevoadas por pombos,
Eras o exemplo da beleza simples e gentil.
De janela a janela,
Cumprimentavam-se os vizinhos;
Os vendedores, pelas ruas,
Passavam a cantar;
As crianças eram felizes em seus quintais,
Entre as grandes árvores;
Tudo eram cortesias,
Pelas calçadas,
Pelos bondes,  
Ao entrar uma porta.
Ao sentar a uma mesa.
Bons tempos...
Em que éramos pobres e amáveis!
Sabíamos ser alegres,
 Mas  não tanto que ofendêssemos os tristes;
E em nossa tristeza havia suavidade,
Porque éramos pacientes e compreensivos.
Acreditávamos nos valores do espírito:
E neles fundávamos a nossa grandeza
E o nosso respeito.
Mesmo quando não tínhamos muito,
Sabíamos partilhar o que tivéssemos
Com amor e delicadeza.
Passávamos pelo povo mais hospitaleiro do mundo,
Mas esquecíamos a fama,
Para não nos envaidecermos com ela.
...Tinha festas realmente festivas,
Com sinos e foguetes,
Procissões e préstitos, comidas e doces tradicionais.
Continuávamos o passado,
Embora caminhando para o futuro.
Tínhamos carinho pela nossa bagagem de lembranças,
Pela experiência dos nossos mortos,
Que desejávamos honrar. 
...peregrina do céu,
pálida estrela
de/da etérea transparência
sua origem não pode ser aquela
da nossa triste e mísera existência.
(...)

NINGUÉM SABE A GRANDE ROTA


Em algum lugar dentro de nós
existe um jardim secreto.
Um jardim onde podemos nos refugiar
quando as coisas estão difíceis,
ou nos retirar na alegria,
ou contemplação.
(...)

3 motivos para uma mulher trair:
- por não gostar
- por ser uma tremenda puta
- por vingança. EU ME ENQUADRO AQUI.

Cantos de uma vida inteira


Se não houver frutos,
Valeu pela beleza das flores
Se não houver flores,
Valeu pela sombra das folhas
Se não houver folha,
Valeu pela intenção da semente.
(...)

Depois do casamento:
A mulher muda,
O homem se revela
(...)

Até um relógio parado tem razão
- duas vezes ao dia 

A nós nos bastem nossos próprios ais,
Que a ninguém sua cruz é pequena.
Por pior que seja a situação da China,
Nossos calos doem muito mais.

CARTILHA DA ANA E DO ZÉ

-          ESTRIGIFORME –

O lobo não é nada mais que um lobo:
Nem lobo bom, nem lobo mal

O mundo real é uma cópia mal feita
do mundo das idéias

... das brigas que ganhei...
nenhum troféu, nenhuma lembrança
pra casa eu levei
... das brigas que perdi...
essas sim, eu nunca esqueci...
eu nunca esqueci...

MARTE: A luz do Agressor

Que imbecilismo estúpido é
desejar aquilo que nos custa;
sangue...
suor...
e lágrimas.

O primeiro olhar da janela de manhã
O velho livro perdido
e reencontrado
as folhas – caídas... amarelas
A música antiga
-          Compreender
A música nova...
Escrever...
Plantar...
Cantar.

A vida é: (...)
-          e eu tenho medo do perigo

Te adoro em tudo, tudo, tudo...
Te quero mais que tudo, tudo, tudo.
Te amar sem limites
Viver a/uma grande história
(...)

Sempre que me lembro de você
Nesse/desse jeito tão estranho
O segredo desse amor
Seja ele como for
-          AMAR VOCÊ... NÃO DÓI.

Vigie seus pensamentos
porque se tornarão palavras
Vigie suas palavras
porque se tornarão atos
 Vigie seus atos
porque se tornarão o seu caráter
Vigie o seu caráter
porque dele dependerá o seu destino

O BEM DE UM LIVRO ESTÄ EM SER LIDO


-          Flor de laranjeira *

No verde seco das (H)eras
Ainda se podem ver
Muro, enigma, fronteira
Entre este lado e você

Solitária, cantas
Ouço o teu canto de alegria
Nesta tarde de abril
Igual às outras tantas,
Tardes que se passaram na floresta.

Só o passado se afasta realmente
Mas, mesmo assim,
ainda temos a memória,
mesmo que falha
para trazê-lo ao presente
ou futuro imediato

SEJA O TEMPO QUAL FOR...
- É SEMPRE NOVO

-          A canção tocou na hora errada

Ai que ninguém volta
Ao que já deixou
Ninguém larga a grande roda/rota
Ninguém sabe onde é que andou
(...)
Ai que ninguém lembra
Nem o que sonhou
(e) aquele menino canta
a cantiga do pastor
(...)
Ao largo ainda arde
A barca da fantasia
E o meu sonho acaba tarde
Deixa a alma de vigia
(...)
Ao largo ainda arde
A barca da fantasia
E o meu sonho acaba tarde
Acordar é que eu não queria.
(...)

Tudo junto
O meu caso rolou de uma vez só
De repente o que era já não era mais
Mudou tudo no amor: outra cara
Outra forma de ver/ter e sentir
O que antes eu não entendia, agora...
É ouro pra mim
Outra cara
Eu tô fora e não vou mais sair/cair
O que eu não precisava, agora
(eu) preciso. O amor é assim
Lindo! Tô que nem criança
Tô de alma limpa
Com você por perto
Sou  mais forte ainda
Hoje eu quero luz de sol e mar
Nova. Renovada a força
Tô feliz da vida
Sou do seu domínio
Tô mais longe ainda
Não tem nada fora do lugar
(...)

A lembrada casa estranha
Casarão mais antigo possível

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