Segundo professores e
corretores de vestibular, a grafia não é um dos itens que interferem
diretamente na nota do candidato. Uma letra compreensível, entretanto,
facilita a avaliação dos textos
Dicas
O texto claro é um diferencial para o estudante no vestibular. Além do encadeamento de ideias, preste atenção às letras.
* Escreva um texto de cinco linhas e peça para um colega ler. Se ele não entender, observe quais letras são problemáticas e tente refazê-las.
* Sente-se reto, com os dois pés apoiados no chão e levemente afastados um do outro. Não se dobre sobre o papel, porque isso dificulta a respiração e pode causar tontura ao fim da prova.
* Incline o papel em relação ao corpo no momento de escrever. Esse movimento é natural.
* Pegue a caneta corretamente, segurando-a com o indicador e o polegar e apoiando-a no vão entre esses dedos. O mindinho e o anelar devem se apoiar na mesa. Isso facilita o deslize na escrita e não sobrecarrega o braço.
* Nunca dobre o punho para escrever e não use a força. Uma grafia com muita pressão pode causar desgaste na mão e braço, além de provocar calos.
* As letras minúsculas não devem ter a mesma dimensão das maiúsculas. Nas letras altas manuscritas, como o ‘t’ e o ‘l’, o traço deve ser longo. Em ‘p’ e ‘q’, por exemplo, o traço deve ficar próximo à linha inferior do papel.
(Fontes: Paulo Sérgio de Camargo, autor do livro "Como ter uma escrita legível, inclusive no vestibular", que será lançado no segundo semestre deste ano pela Editora Ágora. Inês de Castro Nowacki Gomes, professora de caligrafia artística e historiadora da arte.)
O texto claro é um diferencial para o estudante no vestibular. Além do encadeamento de ideias, preste atenção às letras.
* Escreva um texto de cinco linhas e peça para um colega ler. Se ele não entender, observe quais letras são problemáticas e tente refazê-las.
* Sente-se reto, com os dois pés apoiados no chão e levemente afastados um do outro. Não se dobre sobre o papel, porque isso dificulta a respiração e pode causar tontura ao fim da prova.
* Incline o papel em relação ao corpo no momento de escrever. Esse movimento é natural.
* Pegue a caneta corretamente, segurando-a com o indicador e o polegar e apoiando-a no vão entre esses dedos. O mindinho e o anelar devem se apoiar na mesa. Isso facilita o deslize na escrita e não sobrecarrega o braço.
* Nunca dobre o punho para escrever e não use a força. Uma grafia com muita pressão pode causar desgaste na mão e braço, além de provocar calos.
* As letras minúsculas não devem ter a mesma dimensão das maiúsculas. Nas letras altas manuscritas, como o ‘t’ e o ‘l’, o traço deve ser longo. Em ‘p’ e ‘q’, por exemplo, o traço deve ficar próximo à linha inferior do papel.
(Fontes: Paulo Sérgio de Camargo, autor do livro "Como ter uma escrita legível, inclusive no vestibular", que será lançado no segundo semestre deste ano pela Editora Ágora. Inês de Castro Nowacki Gomes, professora de caligrafia artística e historiadora da arte.)
Falam os especialistas
Para o grafólogo (profissional que analisa a
personalidade de um indivíduo pelo estudo dos traços da sua escrita) e
escritor Paulo Sérgio de Camargo preocupar-se com a grafia na prova pode
ser um fator a mais de complicação em uma hora já tensa. “O aluno tende
a se preocupar com a letra e esquece que precisa encadear bem as
ideias”, explica.
O professor de Português do Curso Positivo Wellington Borges, o Wella, concorda. Para ele, a letra do vestibulando não deve interferir na nota do exame. “Se [os corretores] forem avaliar a grafia, o vestibular se torna uma prova de primário”, argumenta. Ele defende que o importante é o desenvolvimento do texto, e ainda tranquiliza quem costuma escrever com a letra ‘de forma’. “Se a manuscrita for incompreensível, é melhor optar pelo entendimento e escrever como está acostumado”, aconselha Wella.
O professor de Português do Curso Positivo Wellington Borges, o Wella, concorda. Para ele, a letra do vestibulando não deve interferir na nota do exame. “Se [os corretores] forem avaliar a grafia, o vestibular se torna uma prova de primário”, argumenta. Ele defende que o importante é o desenvolvimento do texto, e ainda tranquiliza quem costuma escrever com a letra ‘de forma’. “Se a manuscrita for incompreensível, é melhor optar pelo entendimento e escrever como está acostumado”, aconselha Wella.
Apesar de raros, casos de anulação acontecem
O coordenador do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) e um dos corretores das provas do vestibular da instituição, Sebastião Lourenço dos Santos, diz que as letras incompreensíveis são minoria nas redações e nas questões discursivas. De acordo com ele, a cada mil alunos avaliados somente 1% apresenta grafia ilegível. “A gente tem de fazer um esforço dobrado e às vezes até chamar o colega para saber o que está escrito”, conta. Ele garante que a legibilidade não é um critério avaliado, mas admite que facilita a correção. “Priorizamos o desenvolvimento do tema, a elaboração de um conceito e a transcrição em palavras, mas claro que há prazer em ler um texto com letra bonita, limpa e apresentável”, afirma.
Nas Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil), a legibilidade também não é um dos critérios de avaliação. A instituição leva em conta a concatenação de ideias, a pertinência da argumentação e a atenção ao tema e ao gênero pedidos. No entanto, de acordo com a presidente da comissão de avaliação do vestibular, Wanda Camargo, uma letra ilegível pode prejudicar o candidato. “Algumas vezes os corretores não entendem o que está escrito. Ora, se eles não conseguem entender, não têm como avaliar”, alerta.
Segundo ela, todos os anos diversos alunos têm a redação anulada, o que pode ocorrer por vários motivos, inclusive por causa da letra. Para evitar o problema, Wanda afirma que a equipe que aplica a prova sempre reforça o pedido de clareza na escrita.
O coordenador do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) e um dos corretores das provas do vestibular da instituição, Sebastião Lourenço dos Santos, diz que as letras incompreensíveis são minoria nas redações e nas questões discursivas. De acordo com ele, a cada mil alunos avaliados somente 1% apresenta grafia ilegível. “A gente tem de fazer um esforço dobrado e às vezes até chamar o colega para saber o que está escrito”, conta. Ele garante que a legibilidade não é um critério avaliado, mas admite que facilita a correção. “Priorizamos o desenvolvimento do tema, a elaboração de um conceito e a transcrição em palavras, mas claro que há prazer em ler um texto com letra bonita, limpa e apresentável”, afirma.
Nas Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil), a legibilidade também não é um dos critérios de avaliação. A instituição leva em conta a concatenação de ideias, a pertinência da argumentação e a atenção ao tema e ao gênero pedidos. No entanto, de acordo com a presidente da comissão de avaliação do vestibular, Wanda Camargo, uma letra ilegível pode prejudicar o candidato. “Algumas vezes os corretores não entendem o que está escrito. Ora, se eles não conseguem entender, não têm como avaliar”, alerta.
Segundo ela, todos os anos diversos alunos têm a redação anulada, o que pode ocorrer por vários motivos, inclusive por causa da letra. Para evitar o problema, Wanda afirma que a equipe que aplica a prova sempre reforça o pedido de clareza na escrita.
Texto legível
De acordo com a professora de caligrafia artística Inês de Castro Nowacki Gomes, o principal ponto não é ter letra feia ou bonita, e sim compreensível. “A grafia deve ter legibilidade e um cunho pessoal, o que não significa voltar a escrever como criança (com letra de caderno de caligrafia).” Segundo ela, ter de modificar um traço gráfico pode causar impacto na autoestima do estudante, além de fazer com que o aluno perca muito tempo na prova. Aos vestibulandos, a recomendação é apenas organizar os pensamentos. “Muitos chegam às minhas aulas confusos e isso transparece na escrita”, diz.
O grafólogo Paulo Sérgio de Camargo, porém, comprovou em pesquisas que a análise de um texto pode ser influenciada pela apresentação. “Dei a um grupo dois textos, com a mesma grafia, mas em uma das cópias joguei café e amassei. O melhor avaliado foi o limpo”, conta.
De acordo com a professora de caligrafia artística Inês de Castro Nowacki Gomes, o principal ponto não é ter letra feia ou bonita, e sim compreensível. “A grafia deve ter legibilidade e um cunho pessoal, o que não significa voltar a escrever como criança (com letra de caderno de caligrafia).” Segundo ela, ter de modificar um traço gráfico pode causar impacto na autoestima do estudante, além de fazer com que o aluno perca muito tempo na prova. Aos vestibulandos, a recomendação é apenas organizar os pensamentos. “Muitos chegam às minhas aulas confusos e isso transparece na escrita”, diz.
O grafólogo Paulo Sérgio de Camargo, porém, comprovou em pesquisas que a análise de um texto pode ser influenciada pela apresentação. “Dei a um grupo dois textos, com a mesma grafia, mas em uma das cópias joguei café e amassei. O melhor avaliado foi o limpo”, conta.
Fonte: Gazeta do Povo (por Elida Oliveira Publicado em 23/03/2009)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.