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quarta-feira, 29 de outubro de 2025

O DIVÃ

 

Relembro a casa com varandaMuitas flores na janelaMinha mãe lá dentro delaMe dizia num sorriso mas na lágrima um avisoPra que eu tivesse cuidadoNa partida pro futuro eu ainda era puroMas num beijo disse adeus
Minha casa era modesta mas eu estava seguroNão tinha medo de nadaNão tinha medo de escuro não temia trovoadaMeus irmãos à minha voltaE meu pai sempre de voltaTrazia o suor no rostoNenhum dinheiro no bolsoMas trazia esperança
Essas recordações me matamEssas recordações me matamEssas recordações me matamPor isso eu venho aqui
Relembro bem a festa, o apitoE na multidão um gritoO sangue no linho brancoA paz de quem carregavaEm seus braços quem choravaE no céu ainda olhava e encontrava esperançaDe um dia tão distantePelo menos por instantesEncontrar a paz sonhada
Essas recordações me matamEssas recordações me matamEssas recordações me matamPor isso eu venho aqui
Eu venho aqui, me deito e faloPra você que só escutaNão entende a minha lutaAfinal, de que me queixoSão problemas superadosMas o meu passado viveEm tudo que eu faço agoraEle está no meu presenteMas eu apenas desabafoConfusões da minha mente
Essas recordações me matamEssas recordações me matamEssas recordações me matamEssas recordações me matam


 

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