Cor, fenômeno físico da
luz ou da visão, associado aos diferentes comprimentos de onda na zona visível
do espectro eletromagnético. Como sensação experimentada pelos humanos e
determinados animais, a percepção da cor é um processo neurofisiológico muito
complexo.A luz visível é formada por vibrações eletromagnéticas cujos
comprimentos de onda vão aproximadamente de 350 a 700 nanômetros. Quando
as intensidades dessas vibrações são aproximadamente iguais para todos os
comprimentos de onda, a luz aparece como branco ou cinza. A cor da luz com um
único comprimento de onda ou uma banda estreita de comprimentos de onda é
conhecida como cor ou tonalidade pura. A tonalidade e a saturação são as duas
diferenças qualitativas entre as
cores físicas. A diferença quantitativa
é o brilho, quer dizer, a intensidade ou energia da luz. Pode-se reproduzir
qualquer sensação de cor misturando-se aditivamente diversas quantidades de
vermelho, azul e verde. Por isso, conhecem-se essas cores como cores aditivas
primárias. Se misturam-se luzes dessas cores primárias com intensidades
aproximadamente iguais, produz-se a sensação de luz branca.Os pigmentos que dão
cor à maioria dos objetos absorvem determinados comprimentos de onda da luz
branca e refletem ou transmitem as demais, que são as que produzem a sensação
de cor. Não se conhece bem o mecanismo pelo qual as substâncias absorvem a luz.
Aparentemente, o processo depende da estrutura molecular da substância.A cor
também pode ser gerada por interferência. Algumas substâncias, quando
iluminadas por luz de uma determinada tonalidade, absorvem-na e irradiam luz de
outra tonalidade, cujo comprimento de onda é sempre maior. Esse fenômeno é
chamado fluorescência ou fosforescência.
“Utilização mística e simbólica”
Em todas as épocas, as sociedades
organizadas sempre tiveram seus códigos completos ou certos elementos de uma
simbologia das cores, atribuindo-lhes frequentemente caráter mágico. A variedade de significados de cada cor,
ao longo dos tempos, está intimamente ligada ao nível de desenvolvimento social
e cultural das sociedades que os criam.
Os diversos elementos da
simbologia da cor, como em todos os códigos (visuais, gestuais, sonoros ou verbais), resultam da adoção consciente de
determinados valores representativos, designativos ou diferenciadores,
emprestados aos sinais e símbolos que compõem tais sistemas ou códigos. Com
efeito, o que dá qualidades e significado ao símbolo (sinais sonoros, verbais
ou visuais) é sempre sua utilização. Por isto, a criação dos símbolos mais
significantes e duráveis é, via de regra, ato coletivo de função social, para
satisfazer certas necessidades de representação e comunicação:
O
vermelho – lembra o fogo e o sangue, além de representar a força que o faz
jorrar, o terror, ou a morte e, por sua reminiscência, o luto. Está relacionado
com necessidades afetivas, afetos, e suas manifestações, das mais suaves às
mais violentas, em direção à extroversiva.
O
azul – expressa mais diretamente uma disposição introversiva das funções
emocionais e intelectuais (racionalização ou sublimação e capacidade de
intuição).
O
amarelo – lembra o sol, o ouro e o fruto maduro, facilmente será identificado
com a ideia de riqueza, abundância e poder. Corresponde aos anseios volitivos e
à disposição afetiva e à iniciativa.
O
laranja – é a vontade deliberada de agir e de fazer-se valer através da ação.
O
verde – mostra o grau de adaptação ao ambiente, a capacidade de contato.
O
violeta – corresponde à busca de equilíbrio entre o pensar e o sentir.
O
branco – lembra a luz, portanto relaciona-se com a ideia, o pensamento, a
segurança, a tranquilidade, a pureza e a paz.
O
preto – lembra a noite, a escuridão, o perigo, a maldade, a insegurança e o
aniquilamento.
Obs.: o preto, o branco e o cinza – parecem ligados mais diretamente ao inconsciente.
Como em todos os
métodos de averiguação psicológica, esbarra-se aqui, também, com a contradição
entre influências coletivas como expressões mais nítida das injunções sociais e
as particularidades individuais. A opção exclusiva por apenas um dos elementos
da contradição é que tem causado a ineficiência da maioria dos sistemas
organizados para detectar o gosto estético, inclusive o gosto predominante por
certas cores.
Na formação das preferências
sempre se encontra o efeito da ação física da cor sobre o organismo humano,
condicionado pelas reminiscências do uso individual e social da cor.
As preferências são influenciadas
por variáveis individuais ainda não conhecidas inteiramente, e que não tem
sentido a qualificação de beleza para uma cor. Qualquer uma poderá ser bela ou
não, conforme o papel que desempenhe na dinâmica do fenômeno estético.
O estudo da projeção da
personalidade humana, através de sua preferência ou gosto por determinadas cores,
poderá vir a ser de grande importância para o conhecimento de certas áreas da
personalidade individual, desde que vencidas as barreiras de uma aplicação
mecânica, de um método que deve ser antes de tudo instrumento de pesquisa, mas
que, em mãos inexperientes, corre sempre o risco de transformar-se num simples
código de etiquetagem dos “pacientes”.
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